Acesso ao principal conteúdo
ONU/ meio ambiente

Agência da ONU adverte para situação crítica do meio ambiente

Com uma população mundial que dobrou nos últimos 60 anos, os recursos naturais planeta se esgotam rapidamente e a menos que a humanidade mude os padrões de comportamento, a situação ambiental ficará crítica, alertou hoje o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A agência divulgou hoje seu quinto relatório sobre “o futuro do meio ambiente no mundo” – o último datava de 2007.

Achim Steiner, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos de 2010.
Achim Steiner, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos de 2010. Flickr/World Economic Forum
Publicidade

Chamado de Geo-5, o relatório antecipa as discussões que ocuparão espaço central na Conferência sobre o Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que se inicia em uma semana no Rio de Janeiro e tem o auge entre os dias 20 e 22 de junho, com a presença de chefes de Estado do mundo inteiro.

“Se esta situação permanecer, se as estruturas atuais de produção e de consumo dos recursos naturais continuarem prevalecendo e nada for feito para inverter esta tendência, os governos deverão assumir a responsabilidade de um nível de degradação e repercussões sem precedentes”, sublinhou Achim Steiner, diretor-geral do Pnuma.

O relatório esclarece que dos 90 objetivos considerados prioritários pelos Estados-membro do programa, somente quatro realizaram progressos significativos, como a eliminação de substâncias danosas à camada de ozônio e a retirada do chumbo dos combustíveis. A melhora da situação da camada de ozônio evitou o aparecimento de dezenas de milhares de casos de catarata até 2100, disse Steiner.

Ainda o acesso à água potável se aprimorou, embora 600 milhões de pessoas permanecerão sem abastecimento ao menos até 2015. E as pesquisas sobre poluição marinha avançam, relata a Pnuma, apesar de que a acidez do mar esteja destruindo os corais – 38% deles desapareceram nos últimos 30 anos.

Outros objetivos que verificam progressos menos marcantes são a redução dos escapamentos de petróleo nos mares, o aumento das áreas naturais protegidas e o desflorestamento, que caiu de 16 milhões de hectares por ano, nos anos 1990, para 13 milhões de hectares, nos anos 2000.

Entretanto, pouco ou nenhum avanço foi verificado em 24 dos 40 objetivos da agência da ONU: as emissões de gases de efeito estufa podem dobrar nos próximos 50 anos, causando a elevação da temperatura das águas em 3 graus, em média. Oito dos objetivos registraram uma piora acelerada, como a destruição da biodiversidade: 20% das espécies vertebradas estão ameaçadas pela ação do homem.

“O Geo-5 lembra aos dirigentes mundiais e às nações reunidas na conferência Rio+20 que a transição definitiva para uma economia verde, emitindo pouco de CO2 e utilizando com eficácia os recursos, deve ser feita com urgência”, constatou Steiner.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.