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Egito/eleições

Egípcios tentam boicotar segundo turno das eleições presidenciais

Os egípcios saíram às ruas para protestar contra o segundo turno das eleições presidências, que conta com a participação do ex-primeiro-ministro do regime de Hosni Mubarak. Eles também contestam a decisão das forças armadas, que invalidaram o Parlamento escolhido pelo povo. Os eleitores vão às urnas neste sábado e domingo.

Manifestantes se concentram na praça Tahrir, nesta sexta-feira, para protestar contra dissolução do Parlamento.
Manifestantes se concentram na praça Tahrir, nesta sexta-feira, para protestar contra dissolução do Parlamento. Reuters
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Centenas de manifestantes se reuniram na noite dessa sexta-feira na praça Tahrir, no centro do Cairo, símbolo da revolta popular que derrubou o chefe de Estado no ano passado. A manifestação foi convocada em protesto contra a decisão do exército, anunciada na quinta-feira, de dissolver o Parlamento e anular uma lei que proibia a candidatura de antigos colaboradores do ex-presidente. Isso permite que Ahmed Chafik, ex-primeiro-ministro, permaneça na disputa do segundo turno das eleições presidenciais.

Para analistas, a Revolução Árabe derrubou o “faraó”, em referência a Mubarak, mas não às engrenagens do poder que ele aperfeiçoou durante trinta anos de ditadura. O Exército egípcio, no poder desde a queda do regime, havia prometido entregar o governo ao presidente eleito antes do fim de junho. No entanto, as forças armadas parecem estar fazendo de tudo para evitar a vitória dos rivais históricos, a Irmandade Muçulmana.

Em Washington, a secretária de Estado, Hillary Clinton, já avisou que não “pode haver marcha ré” no processo democrático egípcio. “Ao longo de todo o percurso os Estados Unidos ficaram ao lado das aspirações do povo egípcio em favor de uma transição democrática, pacífica, confiável e permanente”, disse a secretária de Estado, na quinta-feira, sem no entanto comentar a decisão da Suprema Corte egípcia.

Ahmed Chafik, em entrevista coletiva, garantiu que seu ideal é de um Egito governado por civis. Ele assegurou que, uma vez eleito, vai garantir a liberdade no país. Mas seu oponente, Mohammed Morsi, acusa os antigos colaboradores do regime de serem “criminosos”. Para a Irmandade Muçulmana, com a dissolução do Parlamento, o Egito está prestes a viver tempos sombrios.

Hosni Mubarak, 84 anos, foi condenado à prisão perpétua no começo do mês, junto com seu ex-ministro do Interior. A população protestou, também na praça Tahrir, contra os vereditos considerados muito “clementes”. Seis colaboradores das forças de segurança foram absolvidos.
 

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