Opositores egípcios incendeiam comitês da Irmandade Muçulmana
O líder egípcio, Mohamed Mursi, que já recebeu o apelido de faraó, defendeu nesta sexta-feira o decreto presidencial publicado ontem que ampliou seus poderes como chefe de Estado e provoca reações violentas de opositores. Falando a fiéis reunidos em uma mesquita no Cairo, Mursi disse ter tomado esta decisão "para agradar a Deus e a nação".
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Egípcios descontentes com o decreto e partidários do presidente protestam nesta sexta-feira nas ruas das principais cidades egípcias. O decreto presidencial impede a justiça egípcia de dissolver a Assembleia Constituinte que é dominada pelos islamitas e foi esvaziada de laicos.
De acordo com partidários do presidente, o texto vai ajudar no processo de estabilização democrática do Egito. Mas os egípcios que lutam por reformas e derrubaram, em 2011, o ex-ditador Hosni Mubarak, após três décadas de ditadura, interpretam o reforço das prerrogativas presidenciais como "um golpe de Estado contra a democracia".
Em alguns locais, as manifestações deterioraram. Revoltados com o decreto, militantes de oposição incendiaram comitês do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), da Irmandade Muçulmana, corrente política de Mursi, em Ismaïliya e Port Said. Em Suez e Alexandria, os escritórios do PLJ também sofreram depredações.
"Ninguém poderá bloquear os avanços no Egito. Exerço minhas funções a serviço de Deus e da nação e tomei essa decisão depois de ter consultado todas as partes", declarou o presidente egípcio.
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, pediu a Mursi, considerado um islâmico moderado, que respeite o processo de abertura democrática no Egito.
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