Série de atentados contra xiitas deixa ao menos 31 mortos no Iraque
Ao menos 31 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram mortas e uma centena feridas nesta quinta-feira em uma nova série de ataques contra a comunidade xiita no Iraque, segundo as autoridades.
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Na cidade de Hilla, a 95 quilômetros ao sul de Bagdá, duas bombas explodiram na passagem de um grupo de pelegrinos xiitas, matando 26 pessoas e ferindo outras 85, de acordo com a polícia. Entre os 26 mortos estão duas mulheres, três crianças, dois médicos e um integrante da defesa civil.
As forças da segurança proibiram o acesso ao local do atentado e instalaram barreiras em toda a cidade a fim de revistar os carros. As lojas dos arredores fecharam suas portas.
Um pouco mais ao sul, na cidade santa xiita de Kerbala, um carro-bomba explodiu sob uma ponte matando cinco pessoas e ferindo outras treze, segundo um policial e um médico.
Um porta-voz da polícia indicou que as forças de segurança haviam fechado todas as estradas que levam à cidade antiga - onde está enterrado o imã Hussein, uma das figuras mais veneradas pelos xiitas - e estavam em busca de um segundo carro-bomba.
Trata-se da segunda série de ataques visando xiitas desde o início da semana. Na terça-feira, ao menos 12 pessoas morreram e 50 ficaram feridas em três atentados com carros-bomba perto de lugares de culto xiitas em Bagdá.
Esses atentados questionam mais uma vez a capacidade das forças de segurança iraquianas a garantir a estabilidade do país, que está se recuperando de um conflito religioso sangrento.
Os ataques desta quinta-feira não foram reivindicados, mas os combatentes sunitas do Estado islâmico no Iraque, um braço da rede terrorista Al-Qaeda no país, tentam frequentemente desestabilizar o governo do xiita Nouri al-Maliki por meio de atentados. A comunidade xiita é majoritária no Iraque.
A cada ano, milhões de xiitas fazem a peregrinação a Kerbala para a celebração que comemora o martírio do imã Hussein - neto do profeta Maomé, assassinado no ano 680 em Kerbala -, que atingiram seu ápice no dia 25 de novembro. Os pelegrinos continuam a visitar a cidade durante os 40 dias de luto que se sucedem a essa celebração.
Apesar de ter significativamente diminuído depois do conflito religioso de 2006 a 2008, a violência permanece quase diária no Iraque.
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