Sob pressão, Síria afirma que não usará armas químicas
O regime sírio afirmou que não irá usar armas químicas contra a população em resposta à advertência lançada pelos Estados Unidos. “A Síria reafirma que não não vai recorrer a este tipo de armas contra seu povo, e não importa em quais circunstâncias”, afirmou uma fonte do ministério das Relações Exteriores em entrevista divulgada pela agência estatal Sana.
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A secretária norte-americana, Hillary Clinton, disse que a Síria vai “ultrapassar a linha vermelha”, caso decida usar armas químicas contra os habitantes. O regime sírio se defende dizendo que atua em defesa de seu povo “contra o terrorismo da Al-Qaeda, que é apoiado por países conhecidos, como os Estados Unidos”.
Desde o início da repressão popular que se transformou em conflito armado, o governo sírio associa a rebelião ao terrorismo armado e financiado pelo exterior.
Nesta segunda-feira a periferia de Damasco foi novamente alvo de bombardeios. O regime mantém uma vasta ofensiva lançada na última quinta-feira para reconquistar um raio de 8 quilômetros em torno da capital, que ele quer conservar a todo preço para negociar uma saída para a crise, segundo analistas políticos.
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabi al-Arabi, declarou à AFP que o regime de Bashar Al-Assad poderia cair "a qualquer momento" diante do avanço da oposição. “Hoje há combates em Damasco” e depois de 23 meses de violência no país, “ acredito que algo vai acontecer em breve”, disse. Pela primeira vez desde o início da revolta popular contra o regime, combates violentos foram registrados nas proximidades do aeroporto internacional de Damasco.
Rússia e Turquia
A crise síria é um dos assuntos em destaque do encontro em Istambul entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayip Erdogan. O clima entre os dois países não é nada amistoso em função do incidente envolvendo um avião comercial da Síria. O aparelho, que saiu de Moscou em direção à Damasco, foi obrigado pelo governo turco a pousar na Turquia para uma inspeção diante da suspeita de que levava armas russas para a Síria.
A Rússia, um dos grandes aliados do regime sírio e que bloqueia várias resoluções contra Damasco no Conselho de Segurança da ONU, afirmou que o material encontrado era um equipamento de radar que não está proibido e não é desrespeita tratados internacionais.
Moscou também criticou o pedido de Ancara de deslocar mísseis Patriot da Otan ao longo de sua fronteira com a Síria, estimando que o pedido só aumenta o risco de contágio do conflito.
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