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Irã/ nuclear

Irã confirma uso de máquinas ultramodernas para enriquecer urânio

A Agência Nuclear da ONU tenta concluir em Teerã um acordo para investigar com mais liberdade o polêmico programa nuclear do Irã, que confirmou a hoje a modernização das suas instalações de enriquecimento de urânio. Os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), liderados pelo belga Herman Nackaerts, reencontraram os negociadores iranianos, encabeçados pelo representante do Irã na organização, Ali Asghar Soltanieh.

Belga Herman Nackaerts lidera a comitiva de inspetores da AIEA que visita, pela oitava vez em um ano, as instalações nucleares do Irã.
Belga Herman Nackaerts lidera a comitiva de inspetores da AIEA que visita, pela oitava vez em um ano, as instalações nucleares do Irã. REUTERS/Herwig Prammer
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Esta foi a oitava visita da agência ao Irã em um ano. Enquanto as partes negociavam desde o início da manhã, o diretor da Organização Iraniana de Energia Nuclear (OIEA), Fereydoun Abbasi Davani, confirmou o início da instalação de centrífugas de última geração nas instalações de enriquecimento de urânio de Natanz, no centro do país.

"Conseguimos dominar a tecnologia para a fabricação de materiais compósitos e fomos capazes de fabricar peças da nova geração de centrífugas com este material", explicou.

Segundo ele, essas novas centrífugas, mais poderosas, "destinam-se ao enriquecimento a 5%" do elemento químico, utilizado para a produção de energia elétrica, e "não tem nenhum uso para o enriquecimento a 20%". De acordo com a AIEA, que monitora as atividades nucleares iranianas, Teerã informou em uma carta datada de 23 de janeiro sobre esta modernização, denunciada pelas grandes potências e por Israel.

O Irã assegura que enriquece urânio apenas para fins pacíficos, até uma pureza de 5% para a produção de eletricidade, ou até 20% para alimentar um reator de pesquisa médica. Mas as grandes potências temem que o país pode enriquecer até 90%, o nível necessário para fazer uma arma nuclear.

A agência da ONU busca um acesso mais amplo aos locais, indivíduos e documentos que possam esclarecer as dúvidas levantadas em seu relatório de 2011, sobre elementos segundo os quais o Irã trabalhou na produção de armas atômicas antes de 2003 e talvez depois. A AIEA pede, sobretudo, para visitar a base militar de Parchin, onde atividades suspeitas são realizadas, segundo a agência.

Negociações difíceis

A República Islâmica rejeita este relatório e nega todas as acusações do Ocidente e de Israel, que suspeitam que Teerã tente desenvolver bombas atômicas sob as alegações de um programa nuclear civil. As autoridades iranianas esperam que o acordo assinado com a agência da ONU respeite seus "direitos nucleares" de enriquecimento.

Mas Fereydoun Abbassi Davani descartou o acesso à Parchin enquanto a AIEA não fornecer ao Irã provas que sustentem as suspeitas da comunidade internacional. Além disso, esta base militar não está no quadro de investigação dos inspetores da ONU, segundo Teerã.

Sem avanços, o Irã corre o risco de enfrentar uma nova resolução durante a reunião no início de março do Conselho de Governadores da AIEA, exigindo encaminhamento ao Conselho de Segurança da ONU.

Os diálogos com a AIEA também terão um impacto sobre a retomada das negociações com o chamado grupo 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, Grã-Bretanha, França e Alemanha), prevista para 26 de fevereiro na cidade de Almaty, no Cazaquistão, após oito meses de suspensão. O Irã exige uma flexibilização das sanções internacionais antes de qualquer redução de suas atividades de enriquecimento, um pedido rejeitado pelo grupo 5+1.
 

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