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Síria/ conflito

Assad diz que vitória de rebeldes sírios desestabilizaria região

O presidente sírio, Bashar al-Assad, que enfrenta uma rebelião há dois anos, advertiu que uma queda de seu regime teria um "efeito dominó" no Oriente Médio e desestabilizaria esta região "por longos anos", enquanto a violência não dá trégua no país neste sábado, 6 de abril. "Todos sabem que se houver uma divisão na Síria, ou se as forças terroristas tomarem o controle do país, haverá um contágio direto para os países vizinhos", disse à rede turca Ulusal e ao jornal Aydinlik.

Pessoas caminham em cidade síria Deir al-Zor, atingida por bombardeios na sexta-feira.
Pessoas caminham em cidade síria Deir al-Zor, atingida por bombardeios na sexta-feira. REUTERS/ Khalil Ashawi
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A entrevista foi divulgada na íntegra na página da presidência no Facebook. "Depois, haverá um efeito dominó até em países distantes do Oriente Médio, a oeste, a leste, ao norte, ao sul. Isso significa que haverá instabilidade durante longos anos, até décadas", alertou Assad.

A entrevista foi realizada na terça-feira e trechos foram publicados ao longo da semana, através da rede social. Assad acusou o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que apoia a rebelião síria, de ter mentido sobre o conflito, que deixou, segundo a ONU, mais de 70 mil mortos em dois anos. O presidente sírio chamou o premiê turco de "idiota" e de "imaturo".

"O incêndio na Síria vai se propagar para a Turquia. Infelizmente (Erdogan) não vê esta realidade", afirmou. "Erdogan trabalha com Israel para destruir a Síria (...), mas o Estado sírio não caiu e os sírios resistiram".

No país, pelo menos 15 pessoas, entre elas nove crianças, morreram hoje e várias ficaram feridas em um ataque da aviação síria contra o bairro de maioria curda Sheikh Maqsud na cidade de Aleppo (norte), informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). A área atacada é controlada pelo Partido da União Democrática (PYD), o braço sírio do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, Curdistão turco).

"Está claro que o exército decidiu atacar os curdos nos últimos dias. O exército quer arrastar o PYD ao conflito sírio", destacou o OSDH. A aviação também bombardeou dois bairros de Damasco, Al Hajar al-Aswad e Qadam, segundo a mesma ONG. Os ataques ainda afetaram Yabrud, perto de Damasco, e Quseir, na província de Homs.

Ontem, a Casa Branca anunciou que o presidente Barack Obama receberá, em abril e maio, vários dirigentes de países do Oriente Médio aliados dos Estados Unidos, entre eles o primeiro-ministro turco e o rei Abdullah II da Jordânia, para conversar em particular sobre a Síria. A crise no país também estará na agenda de discussões entre Obama e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na próxima quinta-feira em Washington.
 

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