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Conflito intercoreano

Pyongyang retém sete funcionários sul-coreanos em Kaesong

Os últimos funcionários sul-coreanos do pátio industrial intercoreano de Kaesong deveriam voltar para seu país nesta segunda-feira, mas o governo de Kim Jong-un reteve sete deles, exigindo controles de última hora sobre impostos e salários. Mas, de acordo com o governo sul-coreano, eles não correm perigo: "O Norte garantiu que garantiria a segurança das pessoas que seriam evacuadas, então acreditamos que não há risos. Mas, continuamos atentos até que eles estejam de volta", declarou um representante de Seul.

Soldados sul-coreanos patrulham a região do complexo industrial de Kaesong, nesta segunda-feira.
Soldados sul-coreanos patrulham a região do complexo industrial de Kaesong, nesta segunda-feira. REUTERS/Lee Jae-Won
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Um primeiro contingente de 126 pessoas, entre eles um chinês, atravessou a fronteira no sábado. Mas a autorização para sua saída foi dada pelo governo norte-coreano apenas meia hora antes do horário combinado para a evacuação. Na segunda-feira, a demora se repetiu.

Esta evacuação inédita gerou a ameaça de fechamento definitivo do complexo, que virou símbolo de uma diplomacia econômica sacrificada por tensões militares. Desde 2010, o pátio - que é uma importante fonte de divisas para o norte - permaneceu em funcionamento, com breves interrupções. No início do mês, Pyongyang retirou os 53 mil empregados norte-coreanos das 123 empresas do sul que operam em Kaesong e impediu o acesso dos funcionários sul-coreanos.

De acordo com Pyongyang, a responsabilidade pela crise é da Coreia do Sul, que teria adotado uma postura beligerante frente ao vizinho. O regime de Kim Jong-un ameaçou tomar "medidas decisivas e cruciais, caso eles (o sul) continuem tentando agravar a situação".

O ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Yun Byung-Se garantiu nesta segunda-feira que a "janela para o diálogo permanece aberta", mas que a conversa precisa acontecer o quanto antes, já que Kaesong pode não resistir ao abandono prolongado das máquinas e à evasão de clientes.

"Uma vez que o complexo esteja morto, o norte voltará a dispor suas tropas e retornaremos à situação militarizada em que vivíamos antes da criação de Kaesong", com a artilharia direcionada para o vizinho, avalia Yang Moo-Jin, professor da Universidade de Estudos Coreanos de Seul.

Kaesong nasceu da chamada "Política do brilho do sol" de conciliação intercoreana iniciada no fim dos anos 90 pelo presidente sul-coreano Kim Dae-Jung, que levou a uma cúpula histórica com o antigo líder Kim Jong-Il, em 2000. Kaesong funciona como uma zona colaborativa de desenvolvimento econômico, que abriga companhias sul-coreanas, atraídas pela mão de obra barata e qualificada do vizinho.
 

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