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Paquistão/Eleições

Ex-premiê anuncia vitória nas legislativas do Paquistão

O ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif reivindicou a vitória nas eleições legislativas realizadas neste sábado no Paquistão. Ele convidou os outros partidos a “resolverem os problemas do país”. A votação foi marcada pela presença maçiça de eleitores, apesar da onda de violência desencadeada pelos talibãs que reivindicaram vários atentados.

Nawaz Sharif, líder da Liga Muçulmana, vota em Lahore, neste sábado, 11 de maio de 2013.
Nawaz Sharif, líder da Liga Muçulmana, vota em Lahore, neste sábado, 11 de maio de 2013. REUTERS/Mohsin Raza
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De acordo com as projeções de emissoras de televisão locais, a Liga Muçulmana, (PML-N, na sigla em inglês) garantiu uma vantagem confortável em relação aos seus principais rivais, o Movimento pela Justiça, de um famoso ex-jogador de críquete, e o Partido do Povo Paquistanês, do presidente Asif Ali Zardari. Apesar da liderança com folga anunciada pela imprensa, o partido de Sharif não deverá obter maioria absoluta no parlamento e por isso vai precisar fazer alianças políticas para assumir o poder.

A votação neste sábado foi histórica porque pela primeira vez as eleições aconteceram ao término normal de uma legislatura. O atual governo cumpriu os 5 anos de mandato previstos pela eleição anterior. A participação foi considerada um sucesso já que boa parte dos 86 milhões de eleitores foram às urnas, apesar das ameaças do movimento dos talibãs paquistaneses que prometeram perturbar a votação.

Uma série de ataques e atentados reivindicados pelos talibãs deixaram pelo menos 17 mortos. Antes da abertura das urnas, um ataque visando o Partido Nacional Awami, em Karachi, deixou 11 mortos e mais de 40 feridos. Três outras explosões fizeram dois feridos e foram seguidas de uma troca de tiros, de acordo com a imprensa local.

Outra explosão também deixou várias vítimas em Peshawar, uma das zonas tribais do noroeste do país onde há forte presença dos talibãs.

Desde abril, os atos violentos atribuídos ao extremistas islâmicos já deixaram 120 mortos e a insegurança obrigou dezenas de candidatos a desistirem de fazer campanha abertamente. Os talibãs dizem que as eleições só servem para os interesses dos "infiéis" e proíbiram os eleitores de compareceram às urnas.

Além da insegurança, principal tema das eleições, a crise econômica, o desemprego, a corrupção e os cortes de energia elétrica no país também foram evocados durante a campanha. Segundo analistas, boa parte dos eleitores responsabilizam o governo pela atual situação do país e, em protesto, podem ter votado contra o partido do atual presidente.

Segundo os especialistas, uma volta de Nawaz Sharif ao poder poderá gerar mais tensões entre o poder civil e os militares, que ainda exercem uma grande influência, principalmente em decisões que envolvem as relações com os Estados Unidos, a Otan e a vizinha Índia, outra potência nuclear da região.

 

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