Polícia turca dispersa manifestantes na praça Taksim com gás lacrimogêneo
A polícia turca evacuou nesta terça-feira à noite a praça Taksim, jogando bombas de gás lacrimogêneo nos millhares de manifestantes que se concentraram mais uma vez no local para pedir a demissão do premiê Recepp Taypp Erdogan.
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A contestação no país, que teve início no fim de maio, vem sendo violentamente reprimida pela polícia. O primeiro-ministro já declarou que não vai tolerar novos protestos, cujo objetivo, diz, seria "plantar o terror."
Para afastar os manifestantes, a polícia utilizou, além do gás lacrimogêneo, jatos de água e tiros de borracha. As barricadas montadas pelos opositores foram destruídas por escavadeiras, que também arrancaram cartazes e bandeiras com dizeres hostis ao governo.
Durante todo o dia houve confrontos entre os policiais e os grupos de jovens, armados com pedras e coquetéis Molotov. No fim do dia, a polícia se retirou da praça, que ficou novamente cheia de manifestantes. Mas cerca de uma hora mais tarde decidiu evacuar o local, deixando diversos feridos.
Nesta quarta-feira, o premiê turco deverá se encontrar com representantes do movimento de contestação. Algumas organizações convidadas para a discussão, como o Greenpeace, já divulgaram que não estarão presentes. Nesta terça-feira, os policiais também prenderam 73 advogados que denunciavam a violência da polícia no palácio de Justiça de istambul.
As manifestações na Turquia tiveram início em protesto contra um projeto de reforma da praça Taksim, que foi o estopim para um movimento maior, que pede a demissão do premiê, acusado pelas violentas intervenções da polícia e pelas tentativas de islamizar o país. Desde então, o local foi ocupado todas as noites, antes da intervenção da polícia, que vem reprimindo violentamente os protestos.
Mais de 5 mil pessoas ficaram feridas durante as manifestações na Turquia. Agora à noite a prefeitura de Istambul anunciou que a prefeitura manter as operações até evacuar completamente a praça Taksim.
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