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Egito/protestos

Pelo menos três pessoas morrem em novos confrontos no Egito depois da queda de Mursi

Pelo menos três manifestantes partidários do presidente deposto Mohamed Mursi morreram durante um confronto com a polícia nesta sexta-feira, perto do quartel onde o ex-chefe de estado está detido, no Cairo. Oposição defende que intervenção das forças armadas é "necessária."

Partidários de Mohamed Mursi, diante da mesquita de Bilal Ibn Rabah no Cairo
Partidários de Mohamed Mursi, diante da mesquita de Bilal Ibn Rabah no Cairo REUTERS/Khaled Abdullah
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Os manifestantes, que haviam um prometido um dia de protestos nesta sexta-feira em resposta ao afastamento de Mursi, iniciaram a passeata na mesquita de Nasr City, na periferia do Cairo, onde acampam há vários dias. Milhares de pessoas participaram do protesto, e diante do quartel, gritaram frases em apoio ao ex-presidente. Em seguida, eles tentaram pregar uma foto do ex-chefe de estado nas cercas de arame fardado que protegem o quartel, desrespeitando os avisos dos soldatos que cercavam o local, desencadeando o conflito.

O porta-voz das forças armadas egípcias negou agora há pouco ter aberto fogo contra os manifestantes, e afirmou ter utilizado bombas de gás lacrimogêneo e balas de pequeno calibre sem projéteis, usadas para dispersar protestos, e que normalmente não são mortais. Os partidários de Mursi convocaram diversas passeatas nesta sexta-feira para defender a legitimidade do ex-chefe de estado deposto, e denunciar o "estado militar." Os militares determinaram nos últimos dias a prisão de diversos dirigentes da Irmandade Muçulmana, partido do ex-presidente.

Nesta sexta-feira, diversos aviões de combate sobrevoavam a capital egípcia, que também estava cercada por tanques de guerra. O Ministério do Interior já havia avisado que reagiria com firmeza às manifestações. Os confrontos no Egito já deixaram, até agora, pelo menos 50 mortos desde o dia 26 de junho. A organização Human Rights Watch pediu uma investigação rápida e imparcial para determinar os responsáveis pelas mortes desde o início da contestação, há dez dias.

Nesta quarta-feira, os militares suspenderam a Constituição e nomearam Adly Mansour, dirigente da Suprema Corte Constitucional, presidente interino do país. Para o dirigente da oposição Mohamed ElBaradei, a intervenção das forças armadas foi uma medida "dolorosa", mas "necessária" para evitar uma guerra civil. Segundo ele, os militares não têm a intenção de dirigir o país.

 

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