Depois de espionagem, Dilma se encontra com Barack Obama à margem do G20

Encontro não estava previsto na agenda do presidente americano. O governo brasileiro espera obter uma explicação dos Estados Unidos sobre o programa de espionagem da NSA, a agência de segurança americana, que teve acesso aos e-mails e ligações da presidente e de seus assessores.

A reunião entre Dilma e Obama teria durado meia hora Foto: Reuters

A reunião entre Dilma e Obama foi confirmada pela presidência americana, e aconteceu antes do jantar de trabalho da Cúpula do G20, que acontece hoje em São Petesburgo. O encontro ocorreu a portas fechadas e os dois chegaram com meia hora de atraso. O conteúdo da conversa não foi revelado, mas Dilma deverá falar sobre assunto na coletiva de imprensa prevista para amanhã à tarde.

O caso, que veio à tona com as revelações do ex-consultor da NSA, Edward Snowden, criou um mal-estar diplomático entre Brasil e Estados Unidos. Hoje o governo brasileiro cancelou o envio da equipe que viajaria ao país para preparar a visita oficial de Dilma, prevista para o dia 23 de outubro.

O Brasil pediu explicações oficiais sobre as acusações de espionagem, e a Polícia Federal cogita até mesmo interrogar o próprio Snowden, que obteve asilo político na Rússia, sobre o caso, e abriu uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado.

Os documentos sobre a espionagem do governo brasileiro foram entregues à Rede Globo pelo repórter do The Guardian que revelou a polêmica, Gleen Greenwald, que vive no Brasil.

O secretário de Estado americano John Kerry, que esteve recentemente no país, assegurou que daria uma resposta adequada ao governo brasileiro, o que não ocorreu até agora.

O governo brasileiro justifica que o interesse dos EUA vai bem além da segurança nacional, e envolve até mesmo questões comerciais. Segundo o ministro brasileiro das Comunicações, Paulo Bernardo, o governo americano estaria interessado, entre outras questões, no pré-sal.