A Arábia Saudita rejeita assento no Conselho de Segurança

A Arábia Saudita se recusou nesta sexta-feira a assumir uma vaga de membro rotativo no Conselho de Segurança da ONU. O país acusa o órgão das Nações Unidas de adotar "dois pesos e duas medidas" na análise dos conflitos internacionais.

Sede do Conselho de Segurança da ONU em Nova York. REUTERS/Lucas Jackson

A Arábia Saudita, eleita ontem pela primeira vez como membro rotativo do Conselho de Segurança da ONU, mas as autoridades do país informaram hoje que não vão assumir o mandato que deveria ser iniciado a partir de 1° de janeiro do ano que vem.

O governo saudita acusa o Conselho de Segurança da ONU de parcialidade em suas decisões sobre conflitos internacionais. Essa condenação se refere principalmente à incapacidade de o Conselho dar um fim ao conflito na Síria, que já deixou mais de 10 mil mortos e 7 milhões de refugiados.

Em uma nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores critica o método de trabalho do Conselho de Segurança, e sua política de “dois pesos, duas medidas, que impedem o órgão de assumir de forma adequada suas responsabilidades de preservar a paz e a segurança mundial”, diz a nota oficial. A chancelaria saudita considera que o fato de “permitir que o regime sírio mate seu povo e o queime com armas químicas” é uma prova da “impotência” do Conselho de Segurança. O comunicado também lembra que a "questão palestina está há 65 anos sem solução".

 O governo saudita exige ainda reformas no órgão defende que Conselho tenha mais recursos para assumir suas responsabilidades para preservar a paz e a segurança no mundo. O Conselho de Segurança tem 15 membros permanentes, cinco deles com poder de veto. EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha.