Premiê da Turquia compara Netanyahu a autores do atentado em Paris
O primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu comparou o premiê israelense Benjamin Netanyahu nesta quinta-feira (15) aos autores do massacre em Paris. Segundo ele, a ofensiva em Gaza "equivale" aos atentados terroristas que deixaram 17 mortos na capital francesa.
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"Assim como os terroristas que perpretaram os atentados em Paris, Netanyahu cometeu crimes contra a humanidade, massacrando crianças que brincavam nas praias de Gaza", declarou o premiê antes de pegar o avião para Bruxelas. Na segunda-feira (12), o presidente turco Recep Tayyp Erdogan já havia declarado ter dificuldades em compreender "como o premiê israelense" tinha tido a "audácia" de participar da marcha organizada na França depois dos atentados.
O chefe de Estado critica com frequência o governo israelense, chegando a dizer, em plena ofensiva em Gaza, que Netanyahu tinha “superado Hitler na barbárie.” Cerca de 2.200 palestinos, a maioria civis, morreram durante o ataque à Gaza, em julho e agosto do ano passado. As relações entre a Turquia e Israel se deterioraram depois do ataque israelense em 2010 contra um navio fretado por uma ONG turca para tentar furar o bloqueio em Gaza.
Justiça turca proíbe capa do Charlie Hebdo na Internet
A Justiça da Turquia proibiu nesta quarta-feira (14) a divulgação da caricatura de Maomé que ilustra a capa do jornal francês Charlie Hebdo. Poucas horas depois de o jornal chegar as bancas, um tribunal da cidade de Diyarbakir, no sudeste do país, decidiu que todos os sites reproduzindo o desenho fossem retirados do ar. A queixa foi feita pelo advogado do tribunal, Ercan Ezgin.
No desenho de cartunista Luz, Maomé está chorando e segurando um cartaz com os dizeres “Je suis Charlie”, lema que se tornou um símbolo da luta pela liberdade de expressão. Um argumento que parece não ter convencido o tribunal turco. O Islã proíbe a representação de Maomé, que é considerada uma ofensa.
“A liberdade de expressão não autoriza uma pessoa a dizer tudo o que ela quer”, justificou a Justiça do país em sua decisão. “As palavras, desenhos e publicações que denigrem valores religiosos e o profeta constituem um insulto para os crentes.”
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