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Grécia

Imigrantes ilegais asfixiam ilhas gregas

Dezenas de milhares de imigrantes chegaram nestes últimos meses ao mar Egeu, uma situação que está asfixiar às ilhas gregas. Ontem a polícia grega recorreu a gás lacrimogéneo e a bastonadas, na ilha de Kos, quando um grupo de imigrantes reclamava por comida e maior agilidade nos processos burocráticos de admissão.

polícia anti-motim face aos milhares de imigrantes ilegais no estádio de Kos, 11 de Agosto de 2015
polícia anti-motim face aos milhares de imigrantes ilegais no estádio de Kos, 11 de Agosto de 2015 REUTERS/ Yannis Behrakis
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Os cerca de 1500 imigrantes, vindos da Síria e do Afeganistão, tinham sido instalados provisoriamente no campo de futebol na ilha de Kos, onde deveriam proceder ao registo junto das autoridades locais. De repente, a situação degenerou e a a polícia anti-motim foi obrigada a intervir com recurso a gás lacrimogéneo e bastonadas.

Depois deste incidente o presidente da Câmara de Kos, Giorgos Kiritsis, lançou o alerta numa carta de pedido de ajuda ao governo de Atenas, onde refere que "o sangue pode correr". As autoridades gregas dizem-se ultrapassadas pelo número de imigrantes que deram à costa nos últimos meses, todavia anunciaram que pretende criar, até ao final do ano, 2 500 locais para alojar imigrantes ilegais.

A Comissão Europeia anuncia ajuda à Grécia

Cerca de 7000 imigrantes encontram-se actualmente na ilha de Kos, uma ilha turística com uma população de 30 000 habitantes. A Comissão Europeia já veio anunciar uma ajuda financeira de 500 mil milhões de euros para ajudar a Grécia.

Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, 124 mil imigrantes ilegais desembarcaram na Grécia nos primeiros sete meses de 2015. Só no passado mês de Julho, chegaram 50 mil pessoas vindas da Síria, Afeganistão, Iraque, Eritreia e outros países, mais do que todos que entraram no território grego em 2014.

A especialista em questões de migrações do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, em Portugal, Elsa Lechner, descreve a chegada de milhares de imigrantes à Europa como uma crise humanitária; "as soluções que estão a ser encontradas não estão a dar conta da dimensão do problema. Se as embarcações chegam com homens, mulheres e crianças é porque a situação nos países de origem é insustentável. As pessoas só embarcam numa aventura tão limite, como esta, quando estão desesperadas".

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Especialista em questões de migrações do CES da Universidade de Coimbra, Elsa Lechner

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