“Duríssimo golpe para população” afegã de Kunduz
A organização Médicos Sem Fronteiras anunciou hoje a retirada de todos os funcionários de Kunduz, um dia depois do bombardeamento que matou 19 pessoas no hospital que a ONG geria na cidade afegã. Para Daniel Pinel,especialista do Afeganistão, a perda do hospital é “um duríssimo golpe para a população”.
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O presidente norte-americano Barack Obama apresentou suas "condolências" e prometeu uma investigação exaustiva sobre o ocorrido, depois de os Médicos Sem Fronteiras e de o governo afegão terem apontado o dedo ao exército norte-americano e de este ter admitido que estava a fazer bombardeamentos perto do hospital.
Este domingo, a organização Médicos Sem Fronteiras anunciou a retirada de todos os funcionários de Kunduz, um dia depois do bombardeamento que matou 19 pessoas no hospital que a ONG geria na cidade afegã.
O fecho do centro terá graves consequências para a população, encurralada pelos combates entre o exército afegão e os rebeldes talibãs.
Daniel Pinel, professor de Relações Internacionais da Universidade de Coimbra, explica que a perda do hospital é “um duríssimo golpe para a população” e lembra que os 300 mil habitantes da cidade "estão a sofrer há uma semana nos confrontos diários entre as forças governamentais apoiadas pela coligação e os talibã”.
O Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, mencionou que se pode tratar de um "crime de guerra" se a justiça assim o considerar.
Daniel Pinel, também investigador no Instituto Português de Relações Internacionais, duvida que seja provado que houve um crime de guerra e descreve as consequências políticas do bombardeamento tanto para “a legitimidade dos Estados Unidos” quanto para o presidente afegão, Ashraf Ghani.
Oiça aqui a análise de Daniel Pinel.
Análise de Daniel Pinel
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