Forte mobilização social hoje em França

Os taxistas, controladores, aéreos, funcionários e professores estão hoje em greve, para globalmente reclamar melhorias no poder de compra, tendo-se desde já registado alguns incidentes designadamente aqui na região parisiense.

Já no ano passado, protestos de taxistas tinham sido marcados pela violência. REUTERS/Jacky Naegelen

A mobilização é forte entre os motoristas de táxi, a polícia contabilizando só aqui na região parisiense cerca de 1500 que têm estado a manifestar para protestar contra os chamados VTC, veículos turísticos com motorista, que não tendo as mesmas obrigações, regulamentações nem sobretudo os mesmos preços acabam por fazer uma concorrência que os taxistas julgam desleal. As manifestações aqui na região parisiense têm dado azo a bloqueios, pneus queimados em plena estrada, mas também um manifestante atropelado por um carro, tendo sido detidos cerca de 20 manifestantes, desacatos "inadmissíveis" do ponto de vista do primeiro-ministro Manuel Valls.

Apesar do contexto tenso, há contactos. O governo tem recebido delegados dos motoristas de táxi, mas também representantes dos outros sectores em greve, da função pública nomeadamente que hoje desce à rua para reclamar um aumento do seu índice de cálculo de salário, um valor que não evolui desde 2010. Embora reconheça que isto fez poupar ao Estado cerca de 7 mil milhões de Euros e que seria desejável que houvesse melhorias a nível dos salários, Marlyse Lebranchu, ministra da função pública, avisou desde já que não poderá haver aumentos de índice porque "se está em situação difícil".

Também descontentes estão os controladores aéreos que estão em greve, um voo sobre 5 foi cancelado, mas é sobretudo no sector do ensino que a mobilização é também forte. Em causa está a reforma do sector do ensino secundário conducente já partir do próximo ano lectivo a uma maior autonomia dos colégios e liceus assim como a supressão das turmas com ensino de duas línguas logo a partir do sexto ano. Para além dos professores do ensino secundário, os professores do ensino primário estão também descontentes, desta vez com os seus salários, centenas de manifestações decorrendo por todo o país e em todos esses sectores confundidos.