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Síria

Obtenção de um cessar-fogo na Síria

Ao cabo de 5 horas de negociações sobre a situação na Síria em Munique, no sul da Alemanha, o Grupo Internacional dos Aliados da Síria que abrange designadamente os Estados Unidos, os seus apoiantes ocidentais, a Rússia, a Arábia Saudita e o Irão, chegou a um consenso quanto a um cessar-fogo provisório na Síria no prazo de uma semana.

O chefe da diplomacia russa Sergueï Lavrov, o seu homólogo americano John Kerry e Staffan de Mistura, enviado especial da ONU para a Síria hoje em Munique.
O chefe da diplomacia russa Sergueï Lavrov, o seu homólogo americano John Kerry e Staffan de Mistura, enviado especial da ONU para a Síria hoje em Munique. REUTERS/Michael Dalder
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Esta cessação das hostilidades não abrange os grupos jihadistas como o grupo Estado Islâmico ou a frente Al-Nosra, ramificação local da Al Qaeda, os participantes da conferência de Munique tencionando por conseguinte continuar a bombardear as posições desses grupos. Desde 2014, a coligação conduzida pelos Estados Unidos bombardeia as posições do Estado Islâmico essencialmente no leste da Síria enquanto os Russos em apoio directo a Bachar El Assad concentram os seus raids aéreos no oeste do país, atacando indiscriminadamente jihadistas e grupos de oposição na óptica dos ocidentais que não vêm na trégua obtida ontem nenhuma garantia da cessação dos bombardeamentos russos em território sírio. Neste sentido, aliás, a Alemanha pediu hoje gestos concretos por parte da Rússia, enquanto o Alto Comité das Negociações, um órgão que junta os principais movimentos de oposição, considera que "cabe agora aos grupos rebeldes activos no terreno também aprovar esta cessação das hostilidades estabelecida pelas grandes potências".

Por outro lado, ficou igualmente estabelecido ontem em Munique que se vai intensificar a ajuda humanitária por via terrestre e aérea às cidades cercadas pelo regime de Damasco ou pelo Estado Islâmico, nomeadamente Homs no centro do país e Alepo no norte, havendo relatos da utilização da fome como arma de guerra contra os civis, civis que continuam a afluir rumo à fronteira com a Turquia onde já se concentram mais de 100 mil refugiados.

O Grupo Internacional dos Aliados da Síria que prossegue este fim-de-semana a sua reunião reiterou também o desejo de uma retomada rápida do diálogo inter-sírio que era suposto arrancar no início deste mês e acabou logo por ser suspenso devido à operação de grande envergadura lançada na província de Alepo por Bachar el Assad com o apoio da aviação russa.

Refira-se noutro aspecto que ainda ontem John Brennan, director da CIA, referiu em entrevista ao canal televisivo CBS que o grupo Estado Islâmico activo nomeadamente no Iraque e também na Síria já utilizou em diversas ocasiões armas químicas nos campos de batalha e tem capacidade de fabricar pequenas quantidades de produtos tóxicos como o gás mostarda. Brennan considerou ainda que os jihadistas têm a possibilidade de exportar estes agentes químicos para uma eventual utilização fora do Iraque e da Síria. De acordo com a CIA, o Estado Islâmico constitui a principal ameaça terrorista a nível mundial com capacidades crescentes de lançar ataques em todo o planeta.

 

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