Antigo presidente francês indiciado no "Caso Bygmalion"

Depois de 10 horas de interrogatório ontem, o antigo presidente Nicolas Sarkozy foi formalmente acusado de financiamento ilegal da sua campanha nas presidenciais de 2012 e de estar por detrás de um esquema que visava ocultar as contas reais deste financiamento. De acordo com a lei eleitoral francesa, uma campanha não pode ultrapassar os 22,5 milhões de Euros. Ora as investigações preliminares revelam que a empresa de comunicação Bygmalion que trabalhava com o partido de Nicolas Sarkozy na campanha terá emitido 18 milhões de Euros em facturas fraudulentas para encobrir a explosão do orçamento da campanha.

O nome de Nicolas Sarkozy tem sido mencionado em diversos casos a serem investigados. REUTERS/Jacky Naegelen

As dúvidas que pairam desde 2012 sobre a transparência das contas desta campanha estão por conseguinte a ganhar contornos cada vez mais preocupantes para Nicolas Sarkozy que era fortemente pressentido para se candidatar às primárias do seu partido em Novembro na perspectiva das presidenciais do ano que vem. Embora o seu advogado e a classe política, nomeadamente os seus próprios rivais no campo Republicano, insistam sobre a presunção de inocência, especialistas consideram que isto pode comprometer o futuro político imediato do antigo presidente.

E' que para além do "Caso Bygmalion", o nome de Sarkozy foi citado em pelo menos 6 outros casos. Entre outros, o antigo presidente foi formalmente acusado em 2014 de tráfico de influência, corrupção e violação de sigilo profissional na base de escutas telefónicas tendendo a demonstrar que estaria a tentar interferir sobre os numerosos inquéritos a decorrer em torno das suas actividades, nomeadamente o presumível financiamento oculto da sua campanha de 2007 ou ainda o abuso de confiança de que terá sido vítima Liliane Bettencourt, herdeira do império L'Oréal, uma das grandes financiadoras do partido de Sarkozy.