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Reino Unido

Cameron na União europeia à espera de referendo em Junho

Depois de duras negociações no seio do conselho europeu dos chefes de estado e de governo da União  europeia, de 19 de fevereiro, David Cameron, no estilo de Margareth Thatcher, ameaçou abandonar Bruxelas se não conseguisse concessões dos europeus para poder convencer os britânicos no referendo de junho, que permanecer na União europeia é melhor do que ficar de fora.

Aperto de mãos do primeiro-ministro britânico David Cameron e Jean-Claude Juncker, presidente da comissão europeia, de 18 de fevereiro, de 2016, em Bruxelas
Aperto de mãos do primeiro-ministro britânico David Cameron e Jean-Claude Juncker, presidente da comissão europeia, de 18 de fevereiro, de 2016, em Bruxelas JOHN THYS/AFP
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Depois de duras negociações no seio do conselho europeu dos chefes de estado e de governo da União europeia, o sentimento e desconfiança que ficam é que o trabalho foi feito. Manter o Reino Unido no seio da União europeia. Donald Tusk, anunciou ontem à noite o dificil acordo que foi conseguido com o primeiro ministro britânico do Reino Unido, David Cameron.

O primeiro-ministro britânico, Cameron,  vai agora explicar aos britânicos, que ele conseguiu tudo da União europeia e que o país fica a ganhar mais se se mantiver no seio da organização europeia, marcando um referendo para 23 de junho.

Britânicos continuam cépticos em relação à Europa 

Só que os britânicos continuam cépticos em relação às instituições europeias e dizem nao amar Bruxelas,  sublihando que não são europeus e que não têm nada que estar a receber ordens de burocratas de Bruxelas que não elegeram.

Aláas, o próprio David Cameron, ganhou as eleições, com um discurso sempre colado ao seu eleitorado anti-europeu e prometeu mesmo tirar o Reino Unido da União europeia, o que ficou a ser conhecido por “Brexit”.

Todo triunfante, esta sexta-feira à noite, durante a sua conferência de imprensa, David Cameron, sublinhou mesmo que o “Reino Unido jamais fará parte de um super Estado da União europeia, que o Reino Unido não adoptará o euro, guardando a sua libra, e como é evidente, não participará nas coisas da União europeia que não funcionam casos do acordo Schengen e o euro”. 

Europa a várias velocidades e de interesses nacionias

Temos assim oficializado desta feita a tao falada Europa a várias velocidades ou de geometria variável, onde cada membro e consoante os assuntos discutidos e os interesses nacionais, adoptaraá a posição que mais lhe convier.

E mais Cameron, notou, que nunca mais o Reino Unido dará contrapartidas em troca de obter tal coisa da Europa.

Referindo-se por exemplo à ideia britânica de limitar a 4 anos subsídios de previdência social a europeus não membros da União europeia que estejam a trabalhar no Reino Unido, Cameron, reivindicou uma  vitória suficiente para fazer uma boa campanha durante o referendo de junho, explicando aos britânicos, que podem ter tudo o que quiserem da Europa, estando no seu seio, porque não é uma boa coisa ficar-se de fora.

Já para o presidente da comissão europeia, Jean Claude-Juncker, declarou sem grande entusiasmo que se conseguiu algo de honesto e ironizou sobre o discurso de Cameron, dizendo que “não ama Bruxelas, mas o Reino Unido”, sublihando, do seu lado “amar Bruxelas mais do que outras partes da Europa." 

Chefes de estado e de governo europeus à leste do problema britânico

A verdade é que a esmagadora maioria dos chefes de estado e de governo europeus, não mostrou grande interesse neste debate sobre o “Brexit” e mesmo a chanceler alemã, Angela Merkel e o presidente francês, François Hollande, desertaram a sala das negociações.

O  chefe de estado francês, ausentou-se para dar às 18 horas uma entrevista de duas horas à France Inter, Rádio nacional francesa, declarando nomeadamente, que “não é porque um conselho europeu dura muito tempo, que se passa algo de interessante no seu seio”.

Enfim, sobre o bicudo problema dos imigrantes refugiados que chegam à Europa vindos de zonas de guerra, nomeadamente, na Síria e no Iraque, o debate sobre o egoísmo inglês, foi visto como anedóctico e algo de um outro mundo.

Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, declarou por exemplo, que se não conseguir negociar com o Reino Unido, bloqueará tudo, caso não obtenha o encerramento das fronteiras dos países europeus de leste e dos Balcãs, não vai admitir que a Grécia, caia na ratoeira dos refugiados.

01:11

João Matos sobre permanência do Reino Unido na União europeia

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