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Turquia: exército, media, a grande purga continua

Reunido em Ancara, o Conselho Militar Supremo turco deverá hoje renovar as hierarquias militares depois da grande purga que sobre elas se abateu após a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho. Só ontem foram demitidos 149 generais e almirantes. A imprensa também viu serem fechados 130 órgãos.

O presidente Recep Tayyip Erdoğan no hall da Grande Assembleia Nacional turca. 22/07/16
O presidente Recep Tayyip Erdoğan no hall da Grande Assembleia Nacional turca. 22/07/16 AFP FOTO / TURKEY'S PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / KAYHAN OZER
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Ao todo, são cerca de 8700 militares acusados de cumplicidade no golpe. Cerca de metade dos generais e dos almirantes foi exonerada e colocada sob custódia policial depois do alegado golpe de Estado falhado do passado dia 15 de julho.

Nenhum sector escapa, de resto, à limpeza dirigida pelo presidente Recep Tayyip Erdoğan: militares, polícias, magistrados, professores e todo o tipo de funcionários públicos, sindicatos, hospitais, ONG... Várias dezenas de milhar de pessoas, presas, exoneradas ou suspensas para serem julgadas.

Também os órgãos de imprensa estão na linha da frente com o fecho ontem anunciado de mais de 130, dos quais 16 televisões, 45 jornais, 3 agências de imprensa e 23 estações de rádio, 29 editoras e 15 revistas. A maior parte deles de alcance local ou regional mas alguns com dimensão nacional. O caso da agência de impensa Cihan e da televisão pró-curda IMC TV e do diário Taraf, conotada com a oposição.

Ancara também emitiu ontem mandados de captura contra 47 antigos jornalistas do diário Zaman, tido como gullenista até ser tomado pelo governo em março passado. Isto depois de, no início da semana, ter feito o mesmo a outros 42 jornalistas.

Cerca de 16 mil pessoas estão sob custódia policial, que sob o estado de emrgência passou de um máximo de 4 para 30 dias, e mais ou menos 50 mil foram exoneradas.

A purga continua e é de tal forma grande e vasta que a tendência ditatorial de Erdogan fica cada vez mais evidente. Em teoria o alvo seria a rede de apoiantes de Fethullah Gülen, imã acusado de ter orquestrado o golpe a partir dos Estados Unidos da América onde se encontra exilado. Mas na verdade, a minoria curda e a oposição também têm sofrido com a purga.

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