“Bahama Leaks” envolve comissária europeia

A Comissão Europeia vai examinar as informações que indicam a antiga comissária da concorrência Neelie kroes dirigiu uma socieddae offshore sediada nas Bahamas, durante o seu mandato. A revelação foi feita por meios de comunicação que se associaram ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.

Neelie Kroes foi comissária europeia da Concorrência na Comissão de Durão Barroso entre 2004 e 2009. Flickr / Sebastiaan ter Burg

De acordo com os documentos, Neelie Kroes terá mantido “entre 2004 e 2009” um lugar na direcção da empresa Mint Holdings, com sede nas Bahamas, quando exercia o mandato de comissária europeia da Concorrência, fazendo de um dos seus cavalos de batalha o combate contra posições dominantes nos mercados, visando a Microsoft e outras empresas.

A comissária não declarou a função à autoridades belgas na altura em que assumiu o posto de comissária. Na altura Neelie Kroes disse ter abandonado todos os mandatos antes de entrar na Comissão Europeia, na altura presidida pelo português Durão Barroso.

Contactada pelo jornal Le Monde Neelie Kroes começou por desmentir, tendo depois assumido ter sido nomeada "directora não executiva" de Mint Holdings.

Os advogados de Kroes afirmam que a sociedade "nunca esteve operacional" e que a antiga comissária não recebeu qualquer remuneração financeira. Neelie Kroes diz-se "preparada para assumir toda a responsabilidade" sobre as suas acções e declarou que já informou o actual presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Um porta-voz da Comissão Europeia disse que a instituição vai verificar os factos e só depois fará um comentário.

O caso “Bahama Leaks” surge apenas quatro meses e meio depois do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação ter chamado as atenções do mundo nos paraísos fiscais, com a divulgação do escândalo financeiro dos “Panamá Papers”.