Nobel da Química para a criomicroscopia electrónica
A Academia Real das Ciências da Suécia anuciou hoje que o suíço Jacques Dubochet, o americano Joachim Frank e o britânico Richard Henderson são os vencedores do Prémio Nobel da Química deste ano, pelo desenvolvimento da criomicroscopia electrónica, um método revolucionário de observação das moléculas, com uma reconstrução em três dimensões.
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" Este ano, o Prémio recompensa um método de arrefecimento da imagem das moléculas da vida” anunciou Göran Hansson, Secretário - geral da Academia Real das Ciências, atribui este Prémio.
"Graças a suas descobertas, os cientistas podem agora (...) produzir estruturas tridimensionais de biomoléculas", explicou o júri.
A criomicroscopia electrónica permite estudar amostras biológicas sem atentar contra as suas propriedades, como acontece com os colorantes ou os feixes libertos pelos raios X.
Num microsópio convencional, as amostras - na sua maioria constituidas por grande quantidade de água - têm de ser desidratadas, e por isso, são alteradas. A forma de obter a melhor imagem possível consiste em utilizar colorantes ou sais, que também perturbam a imagem.
Sempre foi assim até ao fins dos anos 80, quando Jacques Dubochet e a sua equipa inventaram a criomicroscopia electrónica. Grosso modo, trata-se de congelar a amostra, para que ela conserve o seu estado original. E por outro lado, a tecnologia moderna permite reconstituir a amostra biológica (virus, bactéria, etc) em três dimensões.
Em 1990, Richard Henderson foi o primeiro a produzir uma imagem em 3 dimensões, com resolução atómica duma proteína. Joaquim Frank, aperfeiçou depois esta técnica, tornando-a mais fácil de utilizar.
Por seu turno, Jacques Dubochet, conseguiu vitrificar a água, permitindo assim às moléculas conservar a sua forma natural.
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