Imran Khan: de campeão de críquete a campeão nas urnas

O antigo campeão de críquete, Imran Khan, venceu as eleições legislativas de quarta-feira no Paquistão, de acordo com resultados parciais publicados esta sexta-feira. Imran Khan vai ser obrigado a formar um Governo de coligação por não ter conseguido maioria absoluta.

Imran Khan, vencedor das eleições legislativas no Paquistão. REUTERS/Athit Perawongmetha

Nascido em 1952 no seio de uma rica família de Lahore, Imran Khan estudou nas melhores universidades paquistanesas e inglesas.

Diplomado em Oxford, foi descoberto em clubes ingleses de críquete e, aos 19 anos, começou a jogar na selecção paquistanesa e tornou-se no melhor jogador da história do críquete do país. Em 1992, foi considerado como um herói nacional quando o Paquistão vence o campeonato do mundo da modalidade e quatro anos depois entra na política. Hoje, o seu símbolo eleitoral é, precisamente, um taco de críquete.

Quando deixou o desporto, ficou conhecido pelas inúmeras conquistas femininas, sempre bem acompanhado nas discotecas mais reputadas de Londres. Seguem-se três casamentos: o primeiro com a herdeira do magnata financeiro franco-britânico Jimmy Goldsmith que se converte ao Islão; o segundo com uma apresentadora de televisão e o terceiro com a sua conselheira espiritual, no início deste ano, em que a noiva colocou um lenço branco e um véu vermelho a tapar-lhe o rosto.

Aos 65 anos, Imran Khan aparece frequentemente em público com um terço e, durante a campanha, prometeu criar um Estado-providência islâmico, um novo Paquistão e lutar contra a corrupção. O futuro primeiro-ministro também declarou que o feminismo degradou o papel da mulher.

Alguns analistas chamaram-lhe "Taliban Khan" devido à aliança do seu partido com um religioso conhecido como o “pai dos talibãs”, Sami ul Haq. Outros compararam-no ao presidente norte-americano, Donald Trump, devido às ideias populistas e às mensagens impulsivas no twitter.

Mas para muitos dos seus apoiantes, Imran Khané simplesmente visto como alguém incorruptível e generoso que depois de se retirar do desporto passou anos a construir hospitais e uma universidade.