Portugal chora morte de músico José Mário Branco
Foi hoje anunciada em Portugal a morte do músico José Mário Branco com 77 anos, ele que no ano passado completara meio século de carreira. O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou uma voz inconfundível de "uma geração de Abril", referindo-se à Revolução democrática dos cravos de 25 de Abril de 1974 que lhe permitiu voltar ao país a partir do seu exílio em França.
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“José Mário Branco era inconfundível, inconfundível na sua voz, na sua independência, na sua rebeldia, na sua não-acomodação. Nunca aceitou honrarias nem condecorações em vida, e sempre insatisfeito. Para José Mário Branco havia uma parte de Abril que estava por realizar. Por isso ele continuou sempre a ser portador dessa insatisfação, em música”, afirmou o chefe de Estado português.
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente português
Marcelo Rebelo de Sousa lembra que o defunto sempre recusou ser condecorado e que uma homenagem póstuma dependeria do consentimento da família.
José Mário Branco faleceu em Lisboa com 77 anos de idade, natural do Porto onde nasceu em Maio de 1942, ele é tido como um dos mais conceituados autores da música portuguesa.
O seu contributo para a mesma passou, na década de 60, por músicas aquando do seu exílio francês e, no regresso a Portugal, com a Revolução dos cravos de 1974 que permitiu a democratização do país.
Um trabalho que foi também extensivo ao teatro, onde integrou a companhia A Comuna, nomeadamente, mas também ao cinema, colaborou com muitos outros artistas.
Fundou também o Grupo de Acção cultural, próximo da UDP, a União democrática popular, de extrema esquerda.
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", foi um dos temas mais conhecidos da sua carreira.
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