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Ciência

Coronavírus: Como se proteger?

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De acordo com os últimos números divulgados o coronavirus já provocou mais de 100 mortes e há agora mais 4000 infetados. O aumento do número de casos e do número de países atingidos pela nova estirpe aumenta a preocupação global e o reforço das medidas para travar a contaminação. No magazine ciência desta semana estamos à conversa com o director do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital da Universidade de Coimbra, Gabriel Saraiva da Cunha que nos fala desta novo vírus respiratório.

De acordo com os últimos números divulgados o coronavirus já provocou mais de 100 mortes e há agora mais 4000 infetados.
De acordo com os últimos números divulgados o coronavirus já provocou mais de 100 mortes e há agora mais 4000 infetados. ©REUTERS/Benoit Tessier
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O que é o coronavírus?

O Coronavírus faz parte de um grupo de vírus respiratório que habitualmente infectam o homem e provocam infecções do trato respiratório. Este vírus tem a particularidade de ter múltiplas variantes, nós conhecemos já algumas variantes que são antigas e que são responsáveis poe constipações “banais”. Porém, estes novos coronavírus quando infectam o homem têm uma gravidade superior à dos coronavírus que até aqui conhecíamos.

Qual é que é a forma de contágio?

O coronavírus transmite-se por via aérea. Quando tossimos ou espirramos, da mesma forma que se transmitem as constipações e as gripes. Uma outra forma de contágio é por contaminação das mãos. Se alguém espirrar para um objecto ou para uma superfície e, nessa superfície ficar um vírus, se alguém tocar e depois levar as mãos à boca, aos olhos ou às mucosas será outra forma de contágio.

De que forma a estirpe de origem animal passou a barreira da espécie?

No passado, os outros coronavírus que provocaram surtos idênticos tiveram todos origem animal. Todavia, os animais têm sido diferentes. Na síndrome respiratória aguda grave-SRAS- foi uma espécie mamífera e para o coronavírus que provocou o surto no Médio-Oriente foram os camelos.

Para este coronavírus não se sabe ainda qual é o animal implicado. Fala-se em várias possibilidades porque, o mercado onde tudo isto começou, era um mercado onde se vendia peixe, marisco, aves e répteis.Contudo, ainda não se sabe a verdadeira origem deste novo coronavírus.

Quais são os sintomas?

Os sintomas iniciais são como se tivéssemos uma constipação normal, os indivíduos adoecem com febre e com sintomatologia respiratória, nomeadamente, com tosses e expectoração. A diferença é que nas constipações “banais” isto tudo regride, sem grande gravidade, enquanto neste coronavírus há um envolvimento do trato respiratório inferior e os indivíduos infectados acabam por fazer uma forma de pneumonia, que nalguns casos é uma forma grave.

O coronavírus é mortal?

Os óbitos que têm sucedido são normalmente em pessoas que têm alguma fragilidade. São pessoas com doenças cardíacas, doenças pulmonares, ou pessoas com alguma idade. Não é normal uma pessoa saudável ter uma infecção por este vírus e morrer.

O que é que se deve fazer?

As máscaras previnem apenas uma via de transmissão que é a via respiratória. Mas para isso, chamo atenção, é preciso que a máscara seja bem utilizada e que tape a boca e o nariz. A transmissão através da manipulação de objectos contaminados só se consegue travar com a higiene das mãos. Lavar frequentemente as mãos ou utilizar a solução alcoólica para evitar a transmissão por inoculação directa de objectos que estejam contaminados com o vírus.

Por que é que a Organização Mundial da Saúde ainda não declarou emergência sanitária internacional?

Eu penso que vai acabar por declarar. Porque os números estão a crescer com alguma dimensão e a OMS vai ter de declarar uma emergência internacional. Estamos a falar de mais de 4 mil infectados, mais de 100 mortos.

A OMS tem estado numa forma cautelosa a evitar declarar a emergência internacional, porque isso vai ter consequências, nomeadamente, nas viagens internacionais, no comércio, no turismo e isso vai representar uma perda brutal para os países em que a emergência seja declarada.

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