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Iémen

Arábia Saudita decreta unilateralmente trégua provisória no Iémen

A Coligação militar chefiada pela Arábia Saudita que desde 2015 apoia o governo iemenita na sua guerra contra os rebeldes hutis apoiados pelo Irão anunciou hoje um cessar-fogo unilateral de duas semanas que entrou em vigor ao meio-dia local. A Arábia Saudita afirma que esta decisão visa impedir o alastramento da epidemia de coronavírus naquele país.

Um voluntario iemenita pulveriza desinfectante num bairro pobre da capital, Sanaa, perante o risco de epidemia de covid-19.
Um voluntario iemenita pulveriza desinfectante num bairro pobre da capital, Sanaa, perante o risco de epidemia de covid-19. © AFP
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"Esta é uma oportunidade para os hutis mostrarem que não são manipulados pelos iranianos" declarou na imprensa saudita o vice-ministro da Defesa daquele país, Khaled ben Salman, ao apelar por outro lado os hutis a « dar provas de boa vontade ».

Ao referir que este cessar-fogo pode prolongar-se se os hutis responderem de forma positiva, a Arábia Saudita não deixou de referir que se reserva o direito de se defender em caso de ataques.

Embora os hutis não tenham reagido a este anúncio, o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou esta decisão e considerou que « pode contribuir para fazer avançar os esforços para alcançar a paz bem como ajudar o país a responder à pandemia de covid-19 ». Ainda no passado dia 23 de Março, António Guterres tinha lançado um veemente apelo a um cessar-fogo mundial em nome da luta contra o coronavírus.

A decisão saudita de calar provisoriamente as armas surge poucas horas depois de os hutis terem dado conta publicamente da sua visão para um fim eventual do conflito : a retirada das tropas estrangeiras, o fim do bloqueio por parte da coligação dos portos e do espaço aéreo do Iémen, o pagamento pela coligação dos salários dos funcionários iemenitas nos próximos dez anos e o financiamento da reconstrução do país.

As autoridades sauditas não afastam a hipótese de discutir com os rebeldes sob a égide das Nações Unidas com vista a alcançar uma trégua permanente.

Numa altura em que a guerra que já dura há cinco anos tende a eternizar-se com o custo humano de dezenas de milhares de mortos e custos financeiros importantes, a Arábia saudita tem vindo igualmente a enfrentar nas últimas semanas as consequências da queda do preço do petróleo.

Por seu lado, o Iémen, confrontado há anos àquela que é considerada pelas Nações Unidas como sendo a pior crise humanitária do mundo, até ao momento não deu conta de nenhum caso positivo de coronavírus . Contudo, organizações humanitárias advertem que quando isso acontecer, o impacto será catastrófico.

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