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Afeganistão/Política

Acordo para partilha de poder no Afeganistão poderia pôr fim a crise política

Fim do impasse no Afeganistão com a assinatura de um acordo para a partilha do poder entre o Presidente Ashraf Ghani e o opositor Abdullah Abdullah, depois de meses de um conflito pessoal, que mergulhou o país numa crise política. O acordo estabelece que Abdullah coordenará as negociações com os talibãs, numa altura em que se regista uma escalada militar no país asiático.

O  President Ashraf Ghani( à direita)  e o seu rival Abdullah Abdullah assinam o acordo político para a governação do país, durante uma cerimónia  decorrida em Cabul, capital do Afeganistão. Cabul.17 de Maio de 2020.
O President Ashraf Ghani( à direita) e o seu rival Abdullah Abdullah assinam o acordo político para a governação do país, durante uma cerimónia decorrida em Cabul, capital do Afeganistão. Cabul.17 de Maio de 2020. VIA REUTERS - Afghan Presidential Palace
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Segundo Sediq Sediqqi, porta-voz do Presidente Ghani, no âmbito do acordo concluído em Cabul, Abdullah Abdullah assumirá a coordenação do Alto Comissariado para a Reconciliação Nacional e colaboradores seus serão integrados no governação do país.

O  porta-voz de  Abdullah, Fraidoon Khawzoon confirmou o acordo, declarando que nos termos do mesmo, cinquenta por cento dos  cargos do governo e  de governadores de província serão atribuídos aos partidários do rival de  Ashraf Ghani.

De acordo  com o  próprio Abdulhah Abdullah, o  pacto para a partilha  do poder no Afeganistão compromete-se a formar uma administração mais inclusiva, responsável e  competente.

Abdullah tinha desempenhado as funções de "chefe executivo" no quadro de um anterior acordo de partilha do poder, mas acabou por perder o seu cargo, após a sua derrota na eleição presidencial frente a Ghani, em  Setembro de 2019.

Na época, Abdullah Abdullah, acusara o seu rival, ex-economista  no Banco Mundial de ter cometido uma fraude eleitoral.  No dia 9 de Março, data em que Ashraf Ghani assumia as suas funções para um novo mandato presidencial, Abdullah organizou também uma  cerimónia de posse, tendo-se autodeclarado presidente do Afeganistão.

Os  especialistas do Afeganistão consideram que o acordo entre Ghani e Abdullah  poderá contribuir para o fim da crise política no país asiático, confrontado desde 2002 com a rebelião armada dos talibãs, fundamentalistas islâmicos que governaram o país entre  1996 e 2001.

Os talibãs foram expulsos do poder pelas forças americanas em 2001, depois do ataque às torres gémeas de Nova Iorque pela rede terrorista Al-Qaeda, no dia 11 de Setembro do mesmo ano. Al-Qaeda era liderada por Oussama ben Laden e a sua base,na altura, era o Afeganistão.

Ben Laden foi morto pelas forças especiais americanas no dia 2 de Maio de 2011, em Abbottabad, no vizinho Paquistão, onde se refugiara depois da sua fuga do  Afeganistão, perante a retaliação dos Estados Unidos.

Segundo o analista afegão Sayed Nasir Musawi, a esperança é que as futuras negociações de paz com  os talibãs, coordenadas por Abdullah Abdullah, possam  desembocar no fim de uma longa crise política no Afeganistão. 

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Acordo para partilha de poder no Afeganistão poderia pôr fim a crise política 17 05 2020

           

                  

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