121 suspeitos condenados à prisão perpétua por tentativa de golpe na Turquia em 2016
A justiça turca condenou hoje à prisão perpétua um total de 121 pessoas, no âmbito do processo ligado à tentativa de golpe de estado de Julho de 2016 contra o regime de Recep Erdogan. Este processo, um dos mais importantes lançados nestes últimos 4 anos anos, decorreu em Ancara.
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Neste julgamento do chamado "comando geral da polícia" que decorre desde 2017, compareceram 245 pessoas que eram acusadas de ter participado na tentativa de golpe de Estado a partir do quartel geral da polícia de Ancara na noite de 15 para 16 de Julho de 2016.
Das 121 pessoas que foram condenadas à prisão perpétua, 86 deverão cumprir penas "agravadas", que implicam condições de detenção mais restritivas em celas individuais, tratando-se da pena mais grave no arsenal jurídico turco que aboliu a pena de morte em 2004. Os restantes 35 condenados, reconhecidos culpados de "tentativa de subversão da ordem constitucional" ficam a cumprir penas de prisão vitalícia simples.
Eles foram acusados de ter actuado sob ordem de Fethullah Gülen, religioso e opositor exilado nos Estados Unidos há vinte anos e cuja extradição tem sido reclamada em vão pela Turquia.
Desde a tentativa de golpe de 2016 ocorrida em vários pontos do país, nomeadamente na capital e em Istambul, uma operação que causou cerca de 250 mortos e milhares de feridos, mais de meio milhão de pessoas chegaram a ser colocadas em detenção provisória pelo seu presumível envolvimento no sucedido. Pouco depois desta tentativa de desestabilização, vastas purgas foram efectuadas, 55 mil pessoas em vários sectores como a polícia, justiça, educação ou comunicação social, tendo sido suspensas das suas funções, despedidas ou até detidas pelo regime de Recep Erdogan.
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