Presidente interina da Bolívia desiste da corrida às presidenciais
A presidente interina da Bolívia Jeanine Áñez, decidiu na quinta-feira não candidatar-se a eleição presidencial de Outubro próximo. Segundo Áñez,ela desiste em nome da democracia no seu país, que enfrenta uma crise desde a destituição do ex-chefe de Estado Evo Morales, actualmente exilado na Argentina. As últimas sondagens de opinião colocam Luis Arce, o ex-ministro da Economia de Evo Morales, na liderança das intenções de voto.
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Com apenas 7% das intenções de voto,Jeanine Áñez, decidiu desisitir da eleição presidencial boliviana de Outubro, na qual a sua candidatura se transformara na crónica de uma derrota anunciada.
Numa mensagem televisiva a candidata, da direita radical boliviana, anunciou que a sua decisão foi motivada pelo desejo de preservar a democracia no seu país, em crise desde a contestação pela oposição dos resultados da eleição presidencial de Outubro de 2019, que desembocou na destituição do então chefe de Estado, Evo Morales, por um golpe policial-militar.
De acordo com o último inquérito de opinião efectuado pela Fundação Católica Jubileo, o antigo ministro da Economia, Luis Arce lidera nas intenções de voto com 29,2%, secundado pelo ex-presidente de centro-direita Carlos Mesa com 19%. Na terceira posição emerge o líder da direita boliviana Luis Fernando Camacho com 10,4% e na quarta, Jeanine Áñez, como citado atrás, com menos de dez por cento das intenções.
Áñez que tinha anunciado a sua candidatura em Janeiro, foi amplamente criticada não só pelos seus adversários políticos, mas também por alguns dos seus partidários, que não viram com bons olhos a sua decisão de concorrer a magistratura suprema da Bolívia.
Segundo os analistas locais ,a presidente interina da Bolívia, decidiu retirar-se da corrida à eleição presidencial, com o objectivo de impedir a vitória da esquerda, representada por Luis Arce, candidato do Movimento para o Socialismo (MAS), partido de Evo Morales ,actualmente exilado na Argentina.
Jeanine Áñez,de cinquenta três anos de idade, apelou a unidade contra o regresso da esquerda e de Evo Morales, líder do MAS, ao poder em La Paz.
Baseada numa estimativa dos votos válidos, a sondagem de opinião, realizada pela Fundação Católica Jubileo, aponta que se a eleição presidencial da Bolívia decorresse hoje, Luis Arce obteria 40,3% dos votos,Carlos Mesa 26,2%, Luis Fernando Camacho 14,4% e Añez, 10,6%.
Se considerarmos o código eleitoral boliviano, segundo o qual o candidato com uma vantagem de 10% dos votos em relação ao seu rival directo é proclamado presidente, Luis Arce seria logicamente o vencedor da eleição desde a primeira volta.
O escrutínio, para a eleição presidencial de Bolívia, decorrerá no dia 18 de Outubro.
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