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Brasil

Brasil: Bolsonaro ganha dois aliados na chefia das câmaras do Congresso

Ontem, foram eleitos para a presidência do Senado e da Câmara dos deputados os dois candidatos apoiados pelo Presidente Bolsonaro que, desta forma, consegue garantir alguma serenidade perante as inúmeras acções por 'impeachment' apresentadas contra ele, nomeadamente devido à sua gestão considerada calamitosa da crise da covid-19.

Apesar dos crescentes protestos contra a sua acção, o Presidente Bolsonaro garantiu ontem a sua tranquilidade a nivel institucional, com a vitória ontem dos seus aliados nas câmaras do Congresso.
Apesar dos crescentes protestos contra a sua acção, o Presidente Bolsonaro garantiu ontem a sua tranquilidade a nivel institucional, com a vitória ontem dos seus aliados nas câmaras do Congresso. Sergio LIMA AFP
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Esta Segunda-feira, o candidato apoiado por Bolsonaro à chefia do Senado, Rodrigo Pacheco, senador de Minas Gerais pertencente ao Partido Democrata (DEM), foi eleito por dois anos com 57 votos contra apenas 21 recolhidos pela sua mais directa adversária, a senadora Simone Tebet, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Depois da vitória de Rodrigo Pacheco, foi a vez de Arthur Lira, deputado do Partido Progressista pertencente ao denominado “centrão”, de alcançar a presidência da Câmara dos deputados, obtendo 302 votos contra o seu principal adversário Baleia Rossi que, apesar de recolher o apoio de dez partidos da oposição, apenas conquistou 145. Acusado de corrupção e de violência doméstica, o deputado apoiado por Bolsonaro alcançou a vitória logo na primeira volta.

A escolha dos novos dirigentes das duas câmaras do Congresso foi marcada pelo forte empenho do Presidente brasileiro que colocou o seu futuro politico nas mãos do “centrão”, ao qual não descarta a possibilidade de atribuir três ministérios, o da Cultura, do Desporto e das Pescas. Para Bolsonaro, trata-se não só de encontrar menos obstáculos na aplicação das suas orientações políticas na última parte do seu mandato, como também de evitar a destituição.

Neste aspecto, a eleição ontem de Arthur Lira que será durante os próximos dois anos a segunda figura institucional mais importante do país, representa um marco importante para Jair Bolsonaro, já que ele estará em posição de decidir se os mais de cinquenta pedidos de destituição que pesam sobre o Presidente podem, ou não, ser tomados em consideração.

Tudo indica que para já, Bolsonaro pode permanecer tranquilo. No seu primeiro discurso na qualidade de presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que ainda recentemente se pronunciou contra a possibilidade de criar uma comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão governamental da crise do coronavírus, considerou ontem que a prioridade deve ser dada ao diálogo e às operações de vacinação da população.

Actualmente, Jair Bolsonaro enfrenta nada mais, nada menos do que 66 pedidos de 'impeachment', 20 dos quais em elo com a sua gestão da pandemia que, no Brasil, ceifou a vida de mais de 225 mil pessoas, o que colocou este país na segunda posição dos mais enlutados pelo coronavírus, a seguir aos Estados Unidos.

No seio da população, o presidente tem vindo a conhecer uma diminuição da sua popularidade. De acordo com uma recente sondagem, o desempenho do presidente que tem questionado a gravidade da situação bem como da eficácia das vacinas, tem sido avaliado de forma positiva apenas por 31% dos inquiridos, contra 37% nos passados meses de Agosto e Dezembro.

 

 

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