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Médio Oriente

Territórios palestinianos: Hamas e Fatah chegam a consenso sobre a organização de eleições

Na sequência de um ciclo de conversações no Cairo, no Egipto, os principais movimentos palestinianos, o Fatah e os islamistas do Hamas, anunciaram ontem ter chegado a um consenso sobre as modalidades da realização de eleições legislativas e presidenciais, poucas semanas depois do Presidente da Alta Autoridade Palestiniana ter anunciado no dia 15 de Janeiro a sua realização este ano.

Conversações interpalestinianas no Cairo, neste dia 8 de Fevereiro 2021.
Conversações interpalestinianas no Cairo, neste dia 8 de Fevereiro 2021. © AFP
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Ao abrigo deste acordo, o Hamas e o Fatah comprometeram-se a respeitar os resultados das próximas eleições, as primeiras em 15 anos, que visam legitimar as instituições representativas dos palestinianos junto da comunidade internacional e em particular da nova administração americana, depois de ter estado de costas voltadas com Trump que se posicionou do lado da política de ocupação de Benjamin Netanyahu.

Segundo a declaração conjunta resultante das discussões interpalestinianas, todas as facções, incluindo o Hamas e Fatah, concordaram em "cumprir as datas das eleições" anunciadas por Abbas, bem como "respeitar e aceitar os seus resultados".

A cumprir-se o calendário previsto pelo chefe da Alta Autoridade Palestiniana, As legislativas deveriam ser organizadas em Maio e as presidenciais em Julho, ou seja um pouco mais de 14 anos depois da cisão entre as facções palestinianas que conduziu o Hamas a tomar o controlo total da faixa de Gaza e o Fatah a conservar a mão sobre a Cisjordânia ocupada.

Ontem, os irmãos inimigos também anunciaram ter conseguido chegar a um consenso sobre a espinhosa questão da entidade legal que deverá validar os resultados eleitorais em caso de litígio. Neste sentido, o que ficou estipulado foi a criação de um "tribunal eleitoral consensual" para supervisionar todo o processo eleitoral, incluindo os resultados, as facções tendo-se igualmente comprometido a a "garantir a igualdade de oportunidades" para "todas as listas eleitorais".

Ficou ainda estabelecido que nenhuma milícia vai estar perto das secções de voto que serão apenas vigiadas pela polícia e que, para além da faixa de Gaza e da Cisjordânia ocupada, os cerca de 300 mil palestinianos residentes na parte oriental de Jerusalém, uma zona anexada por Israel, também têm que votar. Neste sentido, as facções palestinianas exortaram a União Europeia a intervir junto das autoridades israelitas para permitir a votação nesse sector da cidade que reivindicam como sendo sua capital.

De referir que estão previstas novas discussões em Março na capital egípcia para debater os pormenores do acordo que deve ainda ser enviado a Mahmoud Abbas, o Fatah tendo desde já indicado que vai começar a trabalhar nas suas listas eleitorais.

 

 

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