Protestos em Myanmar contra golpe de Estado não obstante recolher obrigatório
Manifestações de protesto continuam em Myamnar contra o recente golpe de Estado militar. As forças de segurança cercaram e em seguida dispersaram centenas de contestários, no centro de Yangon, assim como multiplicaram as rusgas e as prisões, em todo o país.
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Protestos contra o golpe de Estado militar ocorreram, na noite de segunda para terça-feira, em várias regiões de Myanmar, mas foram repelidos pelas forças de segurança com gás lacrimogénio e granadas de atordoamento.
Segundo os média locais, centenas de contestários tentaram celebrar o Dia internacional da Mulher, no centro de Yangon, mas foram encurralados e dispersos, no bairro de San Chaung.
Na referida zona comercial da cidade, apartamentos foram revistados pelas forças de segurança, que procuravam por manifestantes.
Os orgaõs da comunicação social estatais, avisaram que todo e qualquer indivíduo surprendido a esconder os contestários seria devidamente punido.
Polícias e militares revistaram particularmente os apartamentos, em que tinham sido içadas as bandeiras vermelhas da Liga Nacional para Democracia, partido de Aung San Suu Kiy, presa desde o golpe militar ocorrido no dia 1 de Fevereiro.
Segundo testemunhos recolhidos pela AFP, várias dezenas de pessoas foram presas.
Embora sob recolher obrigatório, centenas de pessoas foram às ruas para pedir a liberdade dos estudantes detidos.
Os militares confirmaram assumir o controlo dos hospitais públicos e dos campi universitários, a pedido, segundo eles, de cidadãos que não desejam um clima de instabilidade em Myanmar.
Os media estatais afirmam que a junta militar de Myanmar começa a perder a paciência perante os protestos quoditianos, desde que teve lugar o golpe de Estado há cinco semanas.
O Reino Unido, os Estados Unidos, assim como outros países ocidentais impuseram sanções específicas à Myanmar.
A China e a Rússia, países tidos como próximos das forças armadas myanmarianas, não condenaram oficialmente o golpe de Estado.
O Conselho de Segurança da ONU, que até à data não conseguiu chegar a um consenso, no que diz respeito à situação em Myanmar, voltará a reunir-se esta semana para deliberar sobre uma hipotética decisão.
As Forças Arrmadas de Myanmar (Tatmadaw) justificaram o golpe após as eleições legislativas, vencidas pela Liga Nacional para a Democracia de Aung San Suu Kyi, alegando que o partido no poder e os seus aliados tinham cometido fraudes, no decurso do escrutínio realizado a 8 de Novembro de 2020.
O golpe militar teve lugar um dia antes da tomada de posse do novo Parlamento de Myanmar, país antigamente conhecido pelo nome de Birmânia.
Repressão dos protestos em Myanmar
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