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Brasil

Brasil: Jair Bolsonaro quer intervenção das forças armadas para levantar confinamentos

Novas tensões políticas no Brasil em plena pandemia. O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ameaçou enviar as forças armadas para pôr fim ao confinamento imposto em certas cidades.

Jair Bolsonaro, Presidente do Brasil.
Jair Bolsonaro, Presidente do Brasil. © AFP - EVARISTO SA
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Durante uma visita à cidade de Manaus, uma das cidades com um número elevado de vítimas, o Presidente do Brasil evocou o papel das forças armadas, como nos relatou o nosso correspondente em São Paulo, Martin Bernard. 

Numa entrevista a uma televisão local, Jair Bolsonaro afirmou que as «nossas forças armadas», expressão escolhida pelo Presidente, poderiam ter de intervir em certas cidades para garantir o direito de circulação dos cidadãos e acabar com o «recolher obrigatório», e também para garantir o direito de trabalhar e a liberdade religiosa.

De notar que há várias semanas que medidas de restrições estão a ser levantadas em certas cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.

Recorde-se que o Brasil ultrapassou no sábado 24 de Abril um recorde mensal de mortos com 67.977 devido à pandemia de Covid-19, o que significa que é o segundo país com o maior número de mortes. Este número ultrapassa o de Março que tinha ultrapassado os 66 mil óbitos, segundo o Ministério da Saúde.

Brasil no 2° lugar no que diz respeito ao número de mortos

Apesar da pandemia de Covid-19 ter feito quase 400 mil mortos em todo o país, o Presidente Jair Bolsonaro parece continuar a minimizar a crise sanitária. 

Aliás, há várias semanas que o chefe de Estado tem feito referência às forças armadas numa óptica de endurecer o regime brasileiro. 

O Ministério da Defesa anunciou no fim do mês de Março, sem explicar os motivos, a saída do comandante do Exército, Edson Leal Pujol, e também dos chefes da Marinha e Aeronáutica.

No entanto, numa intervenção, antes de deixar o cargo, o comandante Edson Leal Pujol afirmou que as forças armadas devem ser «imparciais» e «transparentes». Ele também tinha estabelecido protocolos de saúde para os militares. Edson Leal Pujol sempre deixou claro que o Exército brasileiro não quer «fazer parte da política governamental» e que a «instituição, não tem partido», sendo que o papel das forças armadas é «cuidar do país, da nação».

Estas novas tensões no Brasil ocorrem num momento em que o Governo vai ter de responder a uma comissão parlamentar que está a investigar a gestão da crise sanitária, a partir da próxima terça-feira. Uma investigação iniciada pelo juiz do Tribunal Supremo, Luiz Roberto Barroso, que quer apurar as responsabilidades do Governo na gestão da crise, sobretudo as do antigo Ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, despedido no passado mês de Março.

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