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Médio Oriente

Nova escalada de violência em Jerusalém

Depois de vários dias de tensões subsequentes às violências vigentes na parte oriental de Jerusalém ocupada, o movimento islamista radical Hamas e Israel trocaram centenas de tiros durante a noite passada, provocando a morte de mais de 20 palestinianos na faixa de Gaza, esta tendo sido a pior escalada dos últimos anos naquela zona.

Palestiniano após os ataques na Cidade de Gaza neste dia 11 de Maio de 2021.
Palestiniano após os ataques na Cidade de Gaza neste dia 11 de Maio de 2021. REUTERS - SUHAIB SALEM
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O Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 deu conta de 22 mortos, entre os quais 9 crianças, assim como 106 feridos provocados pelos bombardeamentos israelitas ontem à noite em resposta a tiros de roquetes a partir de Gaza.

Ao confirmar esta manhã a morte de 15 membros do Hamas e do jihad Islâmico durante esta operação em que segundo os seus dados foram atingidos 130 alvos militares maioritariamente do Hamas, o porta-voz do exército israelita, Jonathan Conricus, informou que o Tsahal "está na fase inicial da sua resposta contra alvos militares em Gaza" e qualificou os tiros de roquetes palestinianos de "agressão séria contra Israel, à qual não se pode deixar de responder".

O Hamas ameaçou ontem o Estado Hebreu de uma nova escalada militar se as suas forças não se retirassem da Esplanada das Mesquitas, na parte oriental da Cidade Santa, palco de confrontos nos últimos dias.

Ontem, pela primeira vez em muito tempo, os alarmes tocaram ontem em Jerusalém. Duas localidades foram atingidas por roquetes palestinianos, perto de Jerusalém, equipas de socorros tendo dado conta de 30 feridos em Ashkelon, cidade israelita perto da faixa de Gaza que o Hamas prometeu "transformar num inferno" se os bombardeamentos israelitas provocassem vítimas civis no enclave.

Segundo os dados mais recentes do exército israelita, foram atirados mais de 200 roquetes a partir de Gaza contra alvos israelitas, mais de 90% destes tiros tendo sido interceptados pelo sistema de defesa do Estado Hebreu.

Perante esta situação, o Conselho de Segurança da ONU reuniu-se de urgência mas não conseguiu chegar a um entendimento, os Estados Unidos, aliado tradicional de Israel, tendo considerado que "uma mensagem pública não era oportuna nesta altura", Washington tendo contudo apelado a um apaziguamento. Único possível resultado desta reunião, fontes diplomáticas indicaram que a ONU, juntamente com o Qatar e o Egipto vão tentar uma mediação junto das partes em conflito.

Com mais de 2 milhões de habitantes, a Faixa de Gaza tem vivido sob bloqueio israelita desde a chegada ao poder do Hamas no enclave em 2007 e foi palco de três conflitos, em 2008, 2012 e 2014. Este novo recrudescimento da violência acontece numa altura em que o Estado Hebreu continua na indefinição quanto ao seu futuro governo, depois de novas eleições em finais de Março sem maioria clara. Por outro lado, no final do mês de Abril, o Presidente da Alta Autoridade Palestiniana acabou por adiar as eleições no seu território, inicialmente previstas para o dia 22 de Maio, devido designadamente à ausência de garantias israelitas sobre a possibilidade de a votação decorrer igualmente na parte oriental de Jerusalém ocupada por Israel de forma ilegal de acordo com o direito internacional.

Henrique Cymerman é jornalista em Israel, ele fez a Miguel Martins o relato do terreno onde são muitos os receios de uma nova guerra.

02:23

Henrique Cymerman, jornalista em Israel, 11/5/2021

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