Afeganistão: êxodo e caos, Portugal prepara-se para acolher refugiados
O êxodo de ocidentais e respectivos colaboradores afegãos continua a partir do Aeroporto de Cabul, quatro dias após os talibã terem assumido o controlo da capital.
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Já morreram 12 pessoas no aeroporto da capital afegã com populares desesperados a procurar fugir de avião. Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, descreve a situação como sendo uma catástrofe e um pesadelo.
Por sua vez, Joe Biden, presidente americano, numa entrevista ao canal televisivo ABC, defende que não se conseguiria evitar o caos, mas equaciona manter tropas além de 31 de Agosto até se evacuarem todos os seus cidadãos.
"Não vejo como é que a nossa saída podia ter sido conduzida de tal forma que se evitasse que o país mergulhasse no caos. E se houver ainda americanos para repatriar vamos lá ficar até levá-los todos para fora dali", defendeu o presidente norte-americano.
Oiça aqui o discurso de Joe Biden:
Joe Biden, presidente americano, sobre o caos no Afeganistão 19-08-2021
Joe Biden admitiu ainda que o governo americano está a ter dificuldades para retirar daquele país os afegãos que ajudaram as tropas e militares norte-americanos durante o conflito.
Segundo dados avançados ontem à agência Efe por um funcionário que preferiu não ser identificado, os Estados Unidos da América já retiraram um total de 6 mil pessoas do Afeganistão, um número que fica abaixo das expectativas.
O Pentágono tinha o objectivo de transportar entre 5 a 9 mil pessoas por dia a partir do aeroporto de Cabul, algo que não se tem verificado.
Por seu turno, João Gomes Cravinho disse hoje, em declarações à agência Lusa, que o governo de Lisboa está a desenvolver “um trabalho intenso” para a retirada de civis do Afeganistão e o seu acolhimento em Portugal, o que poderá ocorrer ainda este mês.
Oiça aqui:
João Gomes Cravinho, ministro português da defesa, registo da agência Lusa de 19/8/2021
Recorde-se que os talibã conquistaram Cabul, capital do Afeganistão, no domingo, numa altura em que as forças militares norte-americanas e da Nato já tinham começado a retirar-se do país.
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