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União Europeia / França

Antes da assembleia da ONU, 27 afirmam o seu apoio à França na 'crise dos submarinos'

Os chefes da diplomacia dos 27 reuniram-se ontem em Nova Iorque à margem da assembleia geral da ONU que se inicia hoje. Em cima da mesa esteve a necessidade da União Europeia manter -ou não- a sua presença no Afeganistão, assim como as relações da UE com os talibã. Eles evocaram igualmente o Mali e os rumores de uma aproximação entre o governo de transição e mercenários russos, os 27 tendo também evocado a crise diplomática entre um deles -a França- e os Estados Unidos, Austrália e Reino Unido.

Em plena 'crise dos submarinos', o Presidente francês Emmanuel Macron decidiu não marcar presença na assembliea geral da ONU este ano.
Em plena 'crise dos submarinos', o Presidente francês Emmanuel Macron decidiu não marcar presença na assembliea geral da ONU este ano. Gonzalo Fuentes Pool/AFP
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Os ministros dos negócios estrangeiros da União Europeia formalizaram ontem o seu apoio à França na chamada 'crise dos submarinos', aberta na semana passada depois de os Estados Unidos, Reino unido e Austrália terem anunciado a conclusão do pacto AUKUS, a sua estratégia conjunta para o Indo-Pacífico, invalidando pela mesma ocasião um contrato entre Paris e Camberra para a aquisição de submarinos franceses.

O Alto Representante da diplomacia europeia Josep Borrell, que antes deste encontro se avistou com o Ministro dos Negócios Estrangeiros australiano, mostrou-se inflexível.

“A nossa posição é uma expressão muito clara de solidariedade com a França. Para nós, está confirmado, não se trata de um problema bilateral, mas de uma preocupação que afecta a União Europeia. Afecta a todos nós e vemos que isso não leva a uma maior cooperação na zona do Indo-Pacífico que era contudo um dos nossos objectivos", declarou Borrell.

Também presente na reunião dos 27, Augusto Santos Silva, Chefe da diplomacia portuguesa, expressou igualmente a sua solidariedade para com a França.

“Exprimimos a nossa solidariedade com a França, que de facto não foi tratada com o respeito devido neste processo”, disse o ministro português ao reiterar que “é muito importante que os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Europeia estejam o mais possível alinhados nas suas estratégias para o Indo-Pacífico. E por isso devemos todos evitar gestos que perturbem essa unidade”. Ao evocar a quebra de confiança resultante desta crise, Augusto Santos Silva considerou ainda que "não é a França que tem o dever de reconstruir a confiança visto que, tanto quanto se sabe, a França manteve os compromissos que tinha, não foi a França que furou os seus compromissos".

Até agora, os 27 não chegaram a nenhum acordo sobre retaliações concretas, exceptuando o anúncio do possível adiamento da reunião que estava prevista na semana que vem do recém-criado Conselho do Comércio e Tecnologias da União Europeia e dos Estados Unidos. 

Entretanto, a França cujo chefe da diplomacia ainda ontem comparou a atitude da administração Biden à do seu antecessor, expressa também a sua indignação com a cadeira vazia do seu Presidente que este ano não está presente na Assembleia geral da ONU.

Emmanuel Macron que é representado nesta cimeira pelo seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, deveria ter nos próximos dias uma conversa de "esclarecimentos" com o seu homólogo americano e "não uma conversa de reconciliação", esclareceu o Eliseu. A presidência francesa indicou ainda que Macron manteve hoje uma conversa telefónica com o Primeiro-ministro indiano Narendra Modi durante a qual "ambos reafirmaram a sua intenção de actuar conjuntamente num espaço Indo-Pacífico aberto e inclusivo".

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