Taiwan acusa governo de Pequim de aumentar pressão sobre ilha
Taiwan acusou sábado as autoridades de Pequim de aumentarem a pressão sobre a ilha, que a China reivindica como parte integrante do seu território. O governo de Taipei, capital de Taiwan, afirmou que Pequim põe em perigo a paz na região, depois da incursão de vários caças chineses na zona de identificação de defesa aérea da ilha.
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A demonstração de força de Pequim teve início a 1 de Outubro de 2021, dia do aniversário da China Popular, com a incursão no espaço de defesa aérea de Taiwan de 38 aviões militares, entre os quais um bombardeiro H-6 de capacidade nuclear.
No dia 2 de Outubro, uma vintena de caças chineses voltaram a penetrar na zona de defesa aérea de Taiwan.
Numa conferência de imprensa, o Primeiro-ministro taiwanês, Su Tseng-chang, afirmou nomeadamente que "a China tem sido beligerante e tem posto em causa a paz regional, ao levar a cabo actos de intimidação".
Tseng-chang acrescentou que a comunidade internacional rejeita cada vez mais o comportamento da China. Depois da chegada ao poder de Xi Jinping, em 2012, a China, segundo observadores, penetrou regularmente a zona de identificação de defesa aérea de Taiwan.
O Ministério da Defesa taiwanês comunicou que 22 caças, um bombardeiro e um avião de luta anti-submarina efectuaram na sexta-feira, dia 1 de Outubro de 2021,uma incursão no espaço aéreo de defesa a sudoeste de Taiwan.
De acordo com o referido ministério, na noite de 1 para 2 de Outubro de 2021, um segundo grupo de 13 aviões militares chineses penetraram a ADIZ, sigla inglesa da Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan.
A demonstração de força chinesa ocorre alguns dias depois de Pequim ter criticado a Grã-Bretanha por este país ter enviado um navio de guerra, pela primeira vez desde 2008, ao Estreito de Taiwan.
A China reivindica o estreito que separa a China continental da ilha de Taiwan, assim como praticamente a totalidade do Mar da China meridional, mais ao sul. Os Estados Unidos e os seus aliados consideram que, a citada zona, pertence as águas internacionais e que por conseguinte deve ser navegável por todos.
Alexander Huang, professor associado a Universidade de Tamkang de Taipei, estimou que esta última incursão aérea da China não se destina somente a enviar um recado a Taiwan.
Segundo Huang, "a China envia um mensagem política aos Estados Unidos e ao Reino Unido, no dia da sua festa nacional: -Não façam disparates na minha região".
Nos últimos anos, navios de guerra canadianos, franceses e australianos navegaram no Estreito de Taiwan, provocando vigorosos protestos da parte da China.
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