As duas Coreias restabeleceram os canais de comunicação

A Coreia do Norte e a Coreia do Sul restabeleceram os canais de comunicação directos, depois de Pyongyang ter repentinamente cortado o contacto em Agosto, apenas duas semanas depois de ter restabelecido os elos, devido à organização naquela altura de novos exercícios militares conjuntos entre Seul e Washington, motivo recorrente de tensões entre as duas Coreias. O restabelecimento do contacto acontece numa altura em que a Coreia do Norte acaba de efectuar uma série de tiros de mísseis.

Kim Jong-Un restabeleceu o contacto com a Coreia do Sul depois de semanas de ensaios de mísseis. STR KCNA VIA KNS/AFP/File

Responsáveis dos dois países participaram esta manhã numa conversa telefónica, segundo confirmou o Ministério sul-coreano da unificação num comunicado no qual considerou que "que com a restauração da linha de comunicação Sul-Norte, uma base para a retomada das relações inter-coreanas foi lançada". Ao referir ter a esperança de "retomar o diálogo rapidamente e iniciar discussões práticas para o restabelecimento dessas relações", Seul confirmou que as comunicações militares entre os dois países também foram retomadas.

Esta reaproximação entre os dois países que tecnicamente continuam em guerra desde os anos 50, acontece pouco depois de a agência noticiosa oficial de Pyongyang dar conta da intenção do líder norte-coreano de"restabelecer os canais de comunicação cortados entre o Norte e o Sul", no intuito de favorecer uma "paz duradoura" na península.

O reatar dos contactos entre as duas Coreias, interpretado por alguns analistas como sendo um gesto meramente "simbólico", acontece depois de dois meses de silêncio durante os quais Kim Jon Un mandou efectuar uma série de tiros de mísseis, o último dos quais no final da semana passada, o que levou a uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU.

A Coreia do Norte que ainda na semana passada rejeitou uma proposta de conversações com Washington, estimando que se tratava apenas de um "subterfúgio", também considerou ontem que os membros do conselho de segurança "andavam a brincar com uma bomba-relógio".