Forças pro-russas afirmam ter tomado o controlo de Lyman no leste da Ucrânia
Neste que é o 93° dia da ofensiva de Moscovo na Ucrânia, os separatistas pro-Rússia afirmaram ter tomado o controlo da localidade de Lyman, um dos pontos estratégicos do Donbass no leste da Ucrânia, zona já parcialmente controlada pelos separatistas desde 2014.
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A confirmar-se esta possível nova vitória das forças pro-russas cujo objectivo claramente enunciado é de tomar o controlo da zona mineira local, abrir-se-ia também o caminho para um cerco total da aglomeração formada pelas cidades de Sievierodonetsk e Lyssytchansk.
A ofensiva também continua noutros pontos do país. Em Kharkiv, segunda cidade do país situada a 50 quilómetros da fronteira com a Rússia, bombardeamentos provocaram morte ontem de 9 pessoas, todas civis segundo Kiev. Paralelamente, de acordo com fontes locais, uma dezena de pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas em bombardeamentos russos hoje contra uma instalação militar em Dnipro, grande cidade do centro-leste do país.
O Presidente ucraniano que ontem à noite voltou a acusar Vladimir Putin de estar a cometer um "genocídio" no Donbass, também responsabilizou hoje o seu homólogo russo pela crise alimentar que se vive actualmente no mundo devido ao conflito. Ao referir que 22 milhões de toneladas de cereais estão armazenados à espera de poderem ser exportados, Zelensky disse estar "a envidar esforços no intuito de exportar através de outros itinerários", mas que a Rússia está a "bloquear esses esforços".
O Kremlin que, por sua vez, acusa Kiev de genocídio contra a população russófona do Donbass, rejeitou também qualquer responsabilidade na crise alimentar mundial. Ainda ontem, o Presidente russo propôs ajudar a "ultrapassar a crise alimentar" na condição que sejam levantadas as sanções ocidentais, o que lhe valeu acusações de chantagem.
Ainda no campo político, Moscovo rejeitou ontem um plano de paz proposto pela Itália que previa, sob a égide da ONU, um cessar-fogo e uma retirada das tropas, a entrada da Ucrânia na União Europeia e não na NATO, assim como um estatuto de autonomia para o Donbass e a Crimeia no seio da Ucrânia.
Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, a ONU estima que poderão ter morrido mais de 4.000 civis, as Nações Unidas alertando que esse número é provavelmente muito maior.
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