Arranca Cimeira dos Oceanos em Lisboa
A Conferência dos Oceanos das Nações Unidas começou esta segunda-feira, 27 de junho, em Lisboa, e prolonga-se até ao próximo dia 1 de julho. Em cima da mesa estão discussões fulcrais para tentar salvar os oceanos e contrariar os efeitos das alterações climáticas. Este é o maior evento de sempre dedicado ao tema. O encontro conta com a presença de mais de 7.000 pessoas, entre elas representantes de 140 países.
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A Cimeira dos Oceanos aumenta as expectativas de que daqui possam sair possíveis soluções e caminhos a seguir para salvar os oceanos. No final do encontro é expectável uma Declaração de Lisboa, que aponte os próximos passos a dar no sentido de reverter o declínio na área marítima. Recorde-se que esta é a segunda grande cimeira sobre o tema. A primeira teve lugar em Nova Iorque há 5 anos.
No encontro, que decorre em Lisboa, estão presentes vários líderes africanos, entre eles Umaro Sissoco Embaló e João Lourenço que já se expressaram na abertura da Conferência.
O Presidente da Guiné-Bissau mostrou-se confiante com o facto do encontro poder estabelecer um "novo paradigma" e o encontrar de soluções para a protecção dos oceanos.
Umaro Sissoco Embaló focou-se na Guiné-Bissau no seu discurso, salientando as potencialidades do país, mas reiterando, contudo, que este não é um "oásis ecológico".
O Presidente guineense abordou depois um dos principais problemas do país: a erosão das áreas costeiras. O líder recordou ainda a importância do Acordo de Paris, referindo que, no país, estão a fazer de tudo para a construção de "uma economia que seja amiga de saúde dos rios e do Atlântico".
O Presidente sublinhou ainda que a maior esperança da Guiné-Bissau reside na sua juventude, que tem “cada vez mais consciência ambiental”.
Ouça aqui parte do discurso do Presidente guineense:
Cimeira dos Oceanos, Umaro Sissoco Embaló, 27-06-2022
Presidente de Angola fala sobre "pirataria marítima"
O Presidente angolano, que também está a marcar presença no evento em Lisboa, disse hoje que os objectivos relacionados com a protecção dos oceanos não serão atingidos se não se lidar primeiro com a "pirataria marítima" e focou dois casos específicos: a pirataria no Golfo da Guiné e no Corno de África.
De acordo com João Lourenço, os piratas do mar ameaçam seriamente "o comércio internacional e a segurança dos oceanos".
O líder angolano defendeu, pois, a necessidade de se "alargar a cooperação internacional com os países destas regiões, de modo a dotá-los da capacidade para fazerem face a esta ameaça global".
Presidente angolano deixa apelo sobre a guerra na Ucrânia
João Lourenço não esqueceu a guerra na Ucrânia e instou hoje a comunidade internacional a procurar um cessar-fogo para a guerra na Ucrânia, que dura há já mais de 100 dias.
O líder recordou a importância "dos oceanos, dos mares e das infraestruturas terrestes a eles ligados" e falou sobre o bloqueio dos portos ucranianos que está a causar uma crise alimentar global.
“A esse respeito, importa que a União Europeia, as Nações Unidas e, de uma forma geral, toda a comunidade internacional, priorize e concentre os seus principais esforços na busca de um cessar-fogo imediato e incondicional, seguido de negociações com as partes consideradas importantes para se alcançar e construir uma paz que seja verdadeiramente duradoura para a Europa e o resto do mundo”, disse.
Ouça aqui a alocução de João Lourenço:
Cimeira dos Oceanos, João Lourenço, 27-06-2022
RFI com LUSA
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