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China/Taiwan

Taiwan denuncia "possível ataque simulado" da China e mobiliza tropas

A tensão entre Taipé e Pequim subiu de tom este fim de semana. O Ministério taiwanês da Defesa disse, este sábado, que foram detectados, "múltiplos aviões e navios chineses" a atravessar a linha média do Estreito de Taiwan, que se localiza entre a ilha e a China continental. Taiwan fala num "possível ataque simulado da China", no terceiro dia de exercícios militares chineses em torno da ilha.

A China está a levar a cabo exercícios militares em torno de Taiwan.
A China está a levar a cabo exercícios militares em torno de Taiwan. AP - Ng Han Guan
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A China deu hoje início ao terceiro dia consecutivo de exercícios militares em torno de Taiwan, naquela que se acredita ser uma resposta de Pequim à visita da representante norte-americana, Nancy Pelosi, à ilha, que teve lugar na passada quarta-feira. Entretanto, a tensão subiu de tom, este sábado, após um comunicado no Twitter do Ministério taiwanês da Defesa.

O governo de Taiwan acusa a China de um "possível ataque simulado" a Taiwan. Em resposta, Taipé vai mobilizar patrulhas aéreas e navais, bem como sistemas de mísseis terrestres para acompanhar os últimos desenvolvimentos.

Comunicado do Ministério taiwanês da Defesa.
Comunicado do Ministério taiwanês da Defesa. © Ministério taiwanês da Defesa.

Os exercícios estão a ser levados a cabo em seis áreas em torno de Taiwan, uma delas a cerca de 20 quilómetros da costa de Kqohsiung, principal cidade a sul de Taiwan.

Prevê-se que esta demonstração de força, que inclui o lançamento de mísseis chineses de longo alcance, termine este domingo.

Relação entre as duas maiores economias do mundo vive momento de grande tensão

A visita de Nancy Pelosi, que durou menos de 24 horas, levou a que a relação entre Pequim e Washington se deteriorasse.

Esta sexta-feira, a China anunciou que iria suspender a cooperação com os Estados Unidos da América em vários domínios. Pequim começou por afirmar que iria suspender negociações em matéria de alterações climáticas. Para além disso, decidiu cancelar uma reunião entre líderes militares, bem como duas reuniões sobre segurança. As informações foram avançadas pelo Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

A Casa Branca já reagiu e fala numa "decisão irresponsável". "A China não está apenas a punir os Estados Unidos. Está a punir o mundo porque as alterações climáticas não conhecem fronteiras", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano.

No mesmo dia, a China anunciou que iria impor sanções a Nancy Pelosi e aos familiares próximos, sem, contudo, dar mais pormenores sobre o assunto. Pelosi foi a primeira presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos a visitar o território nos últimos 25 anos.

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, também já disse que seria impossível "resolver os problemas mais prementes do mundo "sem que existe um "diálogo e cooperação eficazes" entre as duas potências.

China anuncia novas manobras "ao vivo"

A China anunciou novas manobras "ao vivo" que têm início este sábado e que se prolongam até ao próximo dia 15 de agosto, numa zona marítima perto do porto chinês de Lianyungang, no leste, que se situa entre a China e a Península coreana.

Entretanto, Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, já disse, este sábado, que os EUA estavam "determinados a agir responsavelmente" e falou numa "resposta desproporcional" por parte da China. Ele que esteve em conversações com os homólogos do Japão e Austrália e juntos decidiram emitir uma declaração onde apelam à China que pare com os exercícios militares.

Japão já tinha apelado ao fim de exercícios militares chineses

No final da semana passada, o Japão já se tinha pronunciado sobre os exercícios militares chineses e apelou a "uma paragem imediata" por parte de Pequim.

"As ações da China desta vez têm um sério impacto na paz e na estabilidade da região e da comunidade internacional. Mais uma vez, exijo a interrupção imediata desses exercícios militares", disse Yoshimasa Hayashi, ministro das Relações Exteriores do Japão.

De salientar que há anos que Taiwan é alvo de disputa. Pequim considera a ilha como sendo parte integrante da China, algo que não é reconhecido internacionalmente.

(RFI com agências)

 

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