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Direitos Humanos

Nobel da Paz para activista bielorrusso e ONGs de Direitos Humanos da Rússia e da Ucrânia

O Prémio Nobel da Paz de 2022 foi atribuído ao activista bielorrusso Ales Bialiatski e às ONGs de defesa dos Direitos Humanos Memorial, na Rússia, Center for Civil Liberties na Ucrânia. Este galardão concedido mais de 7 meses depois do início da ofensiva russa na Ucrânia visa, segundo o Comité Nobel, homenagear "três destacados defensores dos Direitos Humanos, da democracia e da coexistência pacífica nos três países vizinhos que são a Bielorrússia, a Ucrânia e a Rússia".

Os galardoados com o Prémio Nobel da Paz 2022.
Os galardoados com o Prémio Nobel da Paz 2022. © Prémio Nobel da Paz
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O Comité Nobel escolheu este ano destacar a acção de defensores dos Direitos Humanos em países do antigo bloco de leste, em pleno conflito na Ucrânia e também numa altura em que continuam os atropelos à liberdade de expressão da sociedade civil nessa região.

Ao atribuir este galardão nomeadamente ao bielorrusso Alès Bialiatski, o Comité Nobel apelou à sua libertação. Conhecido pela sua acção na direcção de Viasna, Primavera, uma ONG bielorrussa de Defesa dos Direitos Humanos que nos últimos 25 anos tem lutado contra o autoritarismo cada vez forte naquele país, Alès Bialiatski, 60 anos, está preso desde o ano passado sob a acusação de "evasão fiscal" num caso que é visto como uma vingança do Presidente Lukachenko, avesso a qualquer forma de crítica.

Numa primeira reacção a este galardão, a esposa do militante disse conta da sua "emoção" e saudou "o reconhecimento do trabalho de Alès, dos seus colaboradores e da sua organização".

Oficialmente criada em 1989, por sua vez, a ONG russa Memorial cujo objectivo inicial era averiguar os crimes do Estalinismo, acabou por também denunciar a repressão de que são alvo os opositores de Putin. Esta organização acabou por ser extinta no final do ano passado por ordem judicial.

Também galardoada, a organização Ucraniana de Defesa dos Direitos Humanos Center for Civil Liberties, tem sido activa desde 2007. Reagindo à atribuição do Nobel da Paz, a coordenadora desta entidade, Alexandra Matviitchouk, expressou a sua "felicidade" mas também lançou um apelo para a criação de um Tribunal Internacional para julgar o Presidente russo.

O simbolismo do Nobel da Paz deste ano também suscitou várias reacções a nível internacional, designadamente por parte da Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen que saudou a "coragem extraordinária dos laureados", enquanto o Presidente Macron enalteceu "defensores infalíveis dos Direitos Humanos na Europa" e assegurou que "podem contar com o apoio da França".

Os três galardoados que segundo o Comité Nobel "ilustram a importância da sociedade civil para a paz e a democracia", refira-se vão partilhar um prémio no valor de 10 milhões de Coroas, cerca de 920 mil Euros.

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