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Ucrânia

Ucrânia: Combates activos apesar de cessar-fogo unilateral russo do Natal ortodoxo

Tem início nesta sexta-feira o Natal ortodoxo com o cessar-fogo unilateral na Ucrânia ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, na véspera. No entanto, os relatos do terreno apontam para a manutenção dos combates em várias frentes.  

Uma multidão reúne-se a 3 de Janeiro de 2023 na cidade russa de Samara para colocar flores em memória dos mais de 60 soldados mortos na Ucrânia.
Uma multidão reúne-se a 3 de Janeiro de 2023 na cidade russa de Samara para colocar flores em memória dos mais de 60 soldados mortos na Ucrânia. © Arden Arkman / AFP
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Segundo relatos da agência AFP, os combates manter-se-iam activos, nomeadamente, no leste do país.

E isto não obstante, o cessar-fogo unilateral russo que devia de ter entrado em vigor às 9 horas TMG para vigorar até as 11 horas deste sábado. Período em que se comemora o Natal Ortodoxo. Esta decisão surge após um apelo pelo Patriarca Kirill, o líder da igreja ortodoxa de Moscovo e de Toda a Rússia.

Apesar desta decisão, a população ucraniana não se esquece do apoio do patriarca russo à invasão, no dia 27 de Fevereiro, e repetido em setembro quando abençoou os militantes russos mobilizados pelo Kremlin para reforçar a designada "operação especial militar" na Ucrânia.

Um cessar-fogo visto como "disfarce"

Várias publicações surgiram pelas redes sociais após o anúncio do cessar-fogo. A deputada ucraniana Inna Sovsun, a antiga ministra-adjunta de Educação, respondeu ironicamente "Oh! Tão giro. Os russos estão agora a pedir um cessar-fogo para o Natal ortodoxo. Os mesmos russos que bombardearam cidades ucranianas no dia e na noite de ano Novo", escreveu a deputada no Twitter.

Em resposta também o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Russia de procurar "usar o Natal como disfarce" para impedir o avanço das forças ucranianas no Donbass. O seu conselheiro, Mykhailo Podolyak, qualificou o anúncio de um cessar-fogo de "hipocrisia" e apelou às tropas russas para deixarem "os territórios ocupados".

De facto, esta semana foi marcada por um ataque ucraniano contra uma base militar russa nos territorios ocupados de Donetsk, onde terão morrido quase 90 soldados das forças fiéis ao Kremlin.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, considerou neste dia 5 de Janeiro, o cessar-fogo como "positivo" mas apela a uma "uma solução do conflito". Estas foram declarações à margem do Prémio da Universidade de Lisboa de 2020 com que foi distinguido.

"Se puder haver condições para que o Natal não morra gente, isso em si é positivo, mas o que importa fundamentalmente é uma solução do conflito e a solução só é possível com base na carta das Nações Unidas e no direito internacional".

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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