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Estados Unidos

Estados Unidos: Pentágono abre inquérito sobre fuga de informação

O Pentágono e o Departamento de Justiça norte-americana abriram neste Domingo investigações após terem sido divulgados na Internet documentos secretos de defesa sobre a Ucrânia, Israel e Coreia do Sul. Altos funcionários acreditam que o responsável trabalhe dentro dos serviços de informação.

O Pentágono e o Departamento de Justiça norte-americano abriram neste Domingo investigações após terem sido divulgados na Internet documentos secretos de defesa sobre a Ucrânia, Israel e Coreia do Sul.
O Pentágono e o Departamento de Justiça norte-americano abriram neste Domingo investigações após terem sido divulgados na Internet documentos secretos de defesa sobre a Ucrânia, Israel e Coreia do Sul. REUTERS - ALEXANDER DRAGO
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Esta investigação tem por objectivo encontrar o responsável por divulgar documentos secretos sobre a espionagem norte-americana.

No início da semana passada uma série de documentos altamente confidenciais supostamente pertencentes ao Pentágono e outras agências norte-americanas, começaram a circular no Telegram e na imprensa local, e abordavam o grau de envolvimento dos Estados Unidos no conflito na Ucrânia.

Posteriormente, no final de semana, cerca de 100 documentos secretos do Pentágono voltaram a ser divulgados no Twitter, revelando aparentemente informações confidenciais que as agências de espionagem norte-americanas tinham obtido, não só sobre a Rússia e a Ucrânia, mas também sobre aliados, como Israel e a Coreia do Sul.

De acordo com os documentos, os serviços secretos eram informados com antecedência sobre os alvos dos bombardeamentos russos e tinham estimativas sobre as baixas de ambos os lados. Os documentos revelaram ainda a espionagem a altos funcionários de Kiev.

Outras informações nos documentos também abordavam as alegadas tentativas do grupo Wagner de comprar armas à Turquia através do Mali e o debate no seio do governo sul-coreano sobre a entrega de munições à Ucrânia. Um documento sugeriu que um pequeno contingente de menos de 100 pessoas de operações especiais de países-membros da NATO, nomeadamente da França, Estados Unidos, Reino Unido e da Letónia estão a operar na Ucrânia.

Por enquanto a veracidade dos documentos ainda não foi confirmada pelas agências de Estado e tampouco pela imprensa norte-americana. Os respectivos departamentos insistem em não dar mais detalhes a respeito do ocorrido.

Diversos altos funcionários acreditam que o responsável trabalha dentro dos serviços de comunicação norte-americana, como relatou Michael Mulroy, um ex-funcionário do Pentágono à Reuters. “O foco agora é que isso seja uma fuga de informação dos Estados Unidos, já que muitos dos documentos estavam apenas nas mãos dos Estados Unidos”, avançou.

Embora a investigação ainda esteja num estágio inicial, as autoridades tampouco descartam a possibilidade de que elementos pró-Rússia tenham orquestrado esta operação.

Aliados dos Estados Unidos negam alegações dos supostos documentos 

Estes documentos estão a gerar uma onda de reacções por parte dos aliados dos Estados Unidos, que têm sido forçados a negar as supostas informações que figuram nos documentos.

O serviço de inteligência de Israel, o Mossad, divulgou neste Domingo (9) um comunicado para negar que a instituição favoreceu as manifestações anti-Netanyahu, tal como referido nestes documentos.

No sábado à noite, o Ministério da Defesa francês negou que houvesse soldados franceses na Ucrânia. "Não há forças francesas envolvidas em operações na Ucrânia", disse o ministro das Forças Armadas, Sébastien Lecornu. "Os documentos citados não provêm dos exércitos franceses. Não comentamos os documentos cuja fonte é incerta", avançou.

Kiev também teve de vir a público para negar a autenticidade dos números de baixas e perda de material que figuram nos documentos, que pesam negativamente para o lado ucraniano.

O governo sul-coreano disse neste Domingo que está ciente de que novos documentos “sugerem que a inteligência norte-americana espionava os seus aliados em Seul”, e que estão a planear conversar com Washington. Porém, o governo preferiu não responder às alegações de dois documentos, que apontam que a Coreia do Sul está preocupada com a pressão exercida pelos Estados Unidos para que ajude a Ucrânia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou, esta segunda-feira, as acusações de que a Rússia poderá estar por detrás da divulgação dos documentos. Peskov acrescento que existe “uma tendência para culpar a Rússia por tudo”.

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