Hélder Semedo: «As estatísticas de LeBron James falam por si, é o melhor jogador de todos os tempos»
As finais de Conferência começam nesta terça-feira 16 de Maio com o encontro entre os Los Angeles Lakers e os Denver Nuggets no Oeste.
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Os LA Lakers, liderados por LeBron James e por Anthony Davis, chegaram à final depois de uma temporada complicada em que terminaram apenas no sétimo lugar na Conferência e tiveram de passar pelo play-in, fase intermediária, antes de chegarem aos play-offs.
A partir daí foram arrasadores, eliminando os Memphis Grizzlies e os Golden State Warriors, estes últimos sendo os actuais Campeões.
Agora a tarefa é ainda menos fácil, perante a equipa dos Denver Nuggets que terminaram no primeiro lugar na Conferência Oeste. Os Denver Nuggets, por exemplo, contam com o sérvio Nikola Jokić, duplo vencedor do prémio de MVP, melhor jogador do ano em 2021 e 2022.
De notar que na outra final de Conferência, na Conferência Este, os Miami Heat medem forças com os Boston Celtics.
A RFI entrevistou o basquetebolista cabo-verdiano, Hélder Semedo, que joga nas Universidades nos Estados Unidos, ele que tem 21 anos.
Hélder Semedo, que actua nos Dakota Blue Knights, abordou a carreira dele e os sonhos que quer concretizar, mas também elogiou LeBron James, o basquetebolista norte-americano que lidera agora a classificação de melhor marcador de todos os tempos com 38 652 pontos à frente de outra lenda, Kareem Abdul-Jabbar com 38 387 pontos.
RFI: LeBron James bateu o recorde de pontos de todos os tempos, agora está na final de Conferência com os Lakers. Qual é a importância dele no basquetebol?
Hélder Semedo: O LeBron James tem um papel muito importante não só no que diz respeito ao basquete mas ele é também um exemplo para todos os atletas de todas as modalidades. O jeito como ele cuida do seu corpo, a disciplina, a postura dentro e fora do campo é admirável. Para mim ele é o melhor jogador de todos os tempos, o GOAT. E se antes não era, agora como o “all time leading scorer”, mostra o que ele é. As estatísticas da carreira dele falam por si.
RFI: Como se tem sentido nesta temporada, quais são os objectivos que tem, mas também como surgiu a paixão pelo basquetebol, a vontade de jogar na NBA?
Hélder Semedo: Esta época foi a época mais difícil que eu já enfrentei até agora. Treinando o verão todo e com objectivos a cumprir, estou a me sentir confiante naquilo que posso fazer. Mas, com a morte do meu avô, no verão um pouco antes da época, lesões, me perdi no processo. Comecei a duvidar de mim e das minhas capacidades. Por esses e outros motivos, e barreiras que tive de enfrentar esta época, fizeram com que este ano fosse o mais difícil. Tenho estado a voltar a ser eu próprio, pouco a pouco. Tenho tentado ser positivo e ter mais auto-confiança. Jogar na NBA é o sonho de todos os atletas de basquete. Mesmo sabendo que as chances são mínimas e que não a meu favor. O sonho não morreu. Eu vou ser jogador profissional de basquete de certeza. Mas chegar à NBA não é uma porta que vou fechar. Ainda sou novo e tenho muito para aprender e evoluir.
RFI: A Selecção Cabo-Verdiana ou Portuguesa? Quais são os objectivos?
Hélder Semedo: Eu sempre tive o sonho de representar Cabo Verde. Mas depois de viver em Portugal, não descartei a chance de representar essa camisola também. Ainda não fui convidado para nenhuma dessas seleções. Mas eu ainda estou a ganhar experiência e acredito que depois de ter um nome na modalidade e ser respeitado, irei um dia representar uma dessas seleções, principalmente a Selecção Cabo-Verdiana.
RFI: Viver nos Estados Unidos? Como é? O quotidiano de um basquetebolista...
Hélder Semedo: Ser um estudante/atleta requer muita disciplina e organização. Tens aulas, treinos individuais e com equipa, mas também tens jogos. É uma expectativa de excelência necessária tanto na sala de aulas como no campo que é necessário ser cumprida. É um quotidiano muito movimentado e estressante por vezes. Mas eu é que escolhi ter essa vida pelo amor ao basquete. Mas não só, esta dinâmica é que vai me fazer evoluir e me tornar um homem.
RFI: A modalidade, o basquetebol, como tem evoluído? Quer seja a nível do nível praticado, mas também em relação ao público?
Hélder Semedo: Eu comecei a jogar basquetebol tarde, por assim dizer. Comecei entre os 16 e 17 anos. Tive um ano a treinar no Algés onde não pude jogar por causa de algumas regras da FIBA. Na época seguinte, não completei por causa da Covid-19. Só joguei duas épocas inteiras na minha vida e esta vai ser a terceira época. Tenho cerca de 4 a 5 anos a jogar basquetebol. Mas eu acredito que evoluí rápido e estou evoluindo ainda mais. Isso é fruto do esforço que eu invisto neste desporto, porque quero chegar ao meu maior potencial. No entanto, a nível do público, acho que estou a criar o meu nome na modalidade, pouco a pouco. Sei que o processo é longo, mas vou chegar lá.
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