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Futebol Feminino

Morgane Martins: «Portugal terá uma palavra a dizer no Mundial de futebol feminino»

O Mundial de futebol feminino começa a 20 de Julho com o jogo de abertura entre a Nova Zelândia e a Noruega em Auckland, em território neo-zelandês.

Morgane Martins, defesa do Dijon.
Morgane Martins, defesa do Dijon. © Cortesia DFCO
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Estamos a duas semanas do início da prova organizada pela FIFA em dois países, a Austrália e a Nova Zelândia.

Dois países lusófonos estão presentes: Portugal e Brasil. As portuguesas integram o Grupo E juntamente com os Estados Unidos, os Países Baixos e o Vietname, isto enquanto as brasileiras defrontam a França, o Panamá e a Jamaica no Grupo F.

O Brasil tem estreia marcada para dia 24 de Julho perante o Panamá em Adelaide, na Austrália, enquanto o jogo de estreia no Mundial para Portugal será a 23 de Julho frente aos Países Baixos em Dunedin em território neo-zelandês.

 

Morgane Martins (direita), futebolista luso-francesa.
Morgane Martins (direita), futebolista luso-francesa. © Cortesia Morgane Martins

 

Em entrevista à RFI, Morgane Martins, atleta luso-francesa que actua nos franceses do Dijon, abordou as expectativas para as duas nações que tem no coração, França e Portugal, afirmando que as portuguesas podem brilhar apesar do grupo difícil que têm pela frente, enquanto as gaulesas deverão estar na corrida ao título mundial.

A atleta de 25 anos, que já representou o Saint-Étienne e o FF Issy, admitiu que o objectivo é representar a selecção principal portuguesa, ela que já vestiu a camisola da equipa sub-23/B de Portugal.

RFI: Portugal e França estão no Mundial, o que se pode esperar de cada uma das equipas?

Morgane Martins: Para uma primeira participação histórica, Portugal está num grupo complicado com as duas últimas finalistas do Mundial. Conseguir sair desta fase de grupos parece complicado. Mas estou ansiosa por ver o que elas poderão mostrar perante as melhores nações, elas vão ter grandes jogos a disputar sem ter forçosamente pressão porque não são favoritas. Ele terá uma palavra a dizer! Quanto à França, claro que se espera muito delas. Espera-se sempre que elas vençam o título. Elas têm uma equipa com qualidade que pode ir até à final. Elas vão ter um excelente confronto frente ao Brasil e espero que elas possam ir o mais longe possível. Estou ansiosa por ver a equipa dirigida por Hervé Renard.

RFI: Se olharmos para cada um dos grupos, Portugal vai defrontar os Países Baixos, o Vietname e os Estados Unidos, o que se pode dizer de cada um dos adversários?

Morgane Martins: Portugal tem um grupo complicado, mas vai ser interessante vê-las defrontar as melhores nações, acho que vão ser bons jogos. O Vietname é talvez a equipa mais ao alcance delas, mas acho que elas têm capacidades para obter bons resultados contra qualquer equipa.

RFI: A França vai ter pela frente o Panamá, a Jamaica e o Brasil, o que se pode dizer dos adversários da França?

Morgane Martins: Em princípio a França e o Brasil são favoritos e deverão ultrapassar a fase de grupos, mas cuidado com essas nações que não são esperadas a este nível e que vão jogar sem complexos!

RFI: A Morgane, já representou a selecção portuguesa, viu uma evolução do futebol feminino português?

Morgane Martins: Claro que sim, isto apesar de não jogar no campeonato português e que sigo isso de longe, mas ano após ano o campeonato evolui no bom sentido. O campeonato é cada vez mais competitivo, a Selecção Principal progride a cada ano que passa, e participa agora regularmente em competições internacionais. Também vi que na próxima temporada o VAR vai estar presente na liga portuguesa, e isso é mais um sinal positivo no desenvolvimento do futebol feminino.

RFI: No que diz respeito à França, viu diferenças entre a equipa dirigida pela Corinne Diacre e aquela de Hervé Renard?

Morgane Martins: Acho que ainda é muito cedo para falarmos disso. O Mundial vai dar uma amostra do trabalho de Hervé Renard, isto apesar da sua chegada ter sido tão tarde, e todos nós sabemos que um Mundial não se prepara em alguns meses.

RFI: Quais são as favoritas para este Mundial?

Morgane Martins: Acho que há várias favoritas. Os Estados Unidos estão sempre presentes nas meias-finais, e a Inglaterra, que me impressionou durante o Euro (ndr: as inglesas venceram o Europeu em 2022), também deverá ser uma das grandes nações deste Mundial apesar de ter algumas lesionadas… Não esqueço o Japão que sempre mostrou um bom nível.

RFI: Pode haver surpresas?

Morgane Martins: Em cada prova há sempre surpresas. Quem? Não sei. Talvez o Haiti, isto apesar de ter um grupo complicado, porque temos várias excelentes jogadoras desse país que jogam no campeonato francês. Estou ansiosa por ver o desempenho delas.

RFI: Foi formada no Saint-Etienne, passou pelo Issy e agora está no Dijon, que olhar tem sobre o seu percurso até agora?

Morgane Martins: Acho que está a progredir passo a passo. Acho que ultrapasso patamares a cada temporada que passa. Quando olho para os anos em que estive no ASSE (ndr: Saint-Etienne), eu não era profissional e agora é o meu emprego ser futebolista. Está a evoluir no bom sentido, estou feliz, e sei que vou ainda progredir.

RFI: O que nos pode dizer da sua temporada 2022/2023?

Morgane Martins: Foi uma temporada complicada em que os objectivos traçados no início da época não foram atingidos, mas a manutenção adquirida na última jornada frente ao quarto classificado mostra que temos qualidade. Queremos fazer melhor na próxima temporada seguramente.

RFI: Que sonhos gostaria de realizar a curto e longo prazo?

Morgane Martins: O meu sonho é chegar à selecção principal portuguesa. É um objectivo e trabalho para isso. A curto prazo, gostaria de lutar por lugares mais importantes no campeonato para ultrapassar mais um patamar.

RFI: Vai seguir o Mundial? Assiduamente ou escolhendo os jogos?

Morgane Martins: Com a diferença horária, vai ser algo complicado seguir todos os jogos, mas claro vou seguir atentamente Portugal e a França. E quando chegar à fase das eliminações directas, vou ver todos os jogos sem dúvida.

Morgane Martins, internacional portuguesa.
Morgane Martins, internacional portuguesa. © Cortesia Morgane Martins

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