Países Baixos: Política de asilo derruba governo de Mark Rutte
O governo dos Países Baixos, liderado por Mark Rutte, apresentou a sua demissão por não ter conseguido chegar a um acordo, entre os quatro partidos que formam o executivo de centro-direita, sobre a estratégia para conter o fluxo de refugiados que entram no país.
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A Comissão Eleitoral anunciou que em meados de Novembro haverá novas eleições, nas quais a participação de Mark Rutte, chefe de governo holandês que mais tempo ocupou o cargo, ainda é incerta.
"Esta noite, chegamos à conclusão, infelizmente, de que as divergências eram insuperáveis. Por este motivo, apresentarei em breve minha demissão ao rei, em nome de todo o governo", declarou Mark Rutte em conferência de imprensa, acrescentando que tem "energia" para se candidatar ao quinto mandato, mas que precisa de reflectir sobre o assunto.
Membro do Partido Popular pela Liberdade e Democracia (VVD, centro-direita), Mark Rutte, queria que os outros três partidos da coligação governamental estabelecessem um sistema de quotas para limitar o número de crianças procedentes de zonas de conflito elegíveis para asilo na Holanda.
O governo holandês enfrentou, no ano passado, um escândalo em torno da gestão dos centros de acolhimento de refugiados, superlotados. O primeiro-ministro, Mark Rute, exigiu aos parceiros de coligação restrições quanto ao reagrupamento de familiares directos de refugiados de guerra. Mark Rutte ameaçou dissolver o gabinete caso os aliados não aprovassem a proposta.
O partido conservador União Cristã, que levou a Rutte o apoio do eleitorado protestante do centro do país, opôs-se à proposta, aprovada pelo partido D66, de centro-esquerda. "A família, e que as crianças cresçam com seus pais, é um valor fundamental para nós", disse a ministra encarregada do combate à pobreza, Carola Schouten, membro da União Cristã.
Mark Rutte termina, desta forma, o seu quarto mandato desde Outubro de 2010. O último período teve início em Janeiro de 2022, com uma coligação que levou nove meses para se formar após as eleições de Março de 2021.
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