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Níger

Estados Unidos dizem que situação no Níger é "desoladora"

Perante o golpe de Estado no Níger, os Estados Unidos garantem apoiar a CEDEAO para que a ordem constitucional volte ao país, com Anthony Blinken, secretário de Estado norte-americano a dizer em entrevista à RFI que quem mais sofre é o povo. Quanto à ajuda com cereais da Rússia a África, o chefe da diplomacia norte-americana garante que "é uma gota no Oceano".

Anthony Blinkin falou en exclusividade à RFI.
Anthony Blinkin falou en exclusividade à RFI. © Getty Images via AFP
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, que comanda a política externa do país, Anthony Blinken falou à RFI e disse que a melhor forma de actuar no Níger, onde um golpe de Estado levou à deposição do Presidente e do Governo, é através da "diplomacia" e que os Estados Unidos apoiam a acção da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (Cedeao).

"Nós apoiamos os esforços da CEDEAO em África para tentar restabelecer a ordem constitucional no Níger e trabalhamos de forma diplomática para apoiar esta organização. Estou em contacto regularmente com os líderes africanos, com a CEDEAO, coma união Africana e com os nossos parceiros europeus, incluindo a França. O que vemos no Níger é desolador e não oferece nada ao país e ao povo, pelo contrário, a interrupção desta ordem constitucional mete-nos numa posição em que temos de parar a nossa ajuda internacional o que não ajuda em nada o povo do Níger", disse o chefe da diplomacia.

Quanto aos soldados norte-americanos presente no Níger, Blinken preferiu não responder, alegando que "não podia expremir-se sobre este assunto" e que o essencial será o regresso à ordem constitucional no país. Há cerca de 800 soldados norte-americanos no país, na sua maioria em Niamey, onde está situada uma base de drones, e em Agadez.

Sobre o acordo dos cereais que a Rússia rejeitou e que permitiu até agora tirar milhões de toneladas de cereais da Ucrânia para países em vias de desenvolvimento, Blinken lembrou que foi Moscovo que rasgou o acordo e que, desde aí, o preço do trigo e do pão aumentou entre 10 a 15% no Mundo. Para este dirigente as promessas da Rússia de cereais grátis para seis países africanos não passam de "uma gota no Oceano".

"O acordo estava estabelecido há um ano e os russos acabaram por rasga-lo. Nós exportámos 20 milhões de toneladas para os países em vias de desenvolvimento, portanto 50 mil toneladas propostas pela Rússia, não há comparação. A Rússia propõe uma gota no Oceano, não vai acabar com o problema do aumentos dos preços, nem o facto de que milhões de toneladas são retirados do mercado nem vão para aqueles que precisam nos países em desenvolvimento", declarou.

Veja aqui a entrevista Anthony Blinken na íntegra, em francês:

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