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COP28

COP28: “Este acordo "histórico" é mais um passo para o colapso da sociedade”

Os países que participam na COP28, a decorrer no Dubai, aprovaram esta quarta-feira, 13 de Dezembro, um acordo histórico para a transição dos combustíveis fósseis. João Camargo, investigador em alterações climáticas, que assiste à COP28 à distância, sublinha que este acordo é mais um passo para o “colapso da sociedade”.

Os países que participam na COP28, a decorrer no Dubai, aprovaram esta quarta-feira, 13 de Dezembro, um acordo histórico para a transição dos combustíveis fósseis.
Os países que participam na COP28, a decorrer no Dubai, aprovaram esta quarta-feira, 13 de Dezembro, um acordo histórico para a transição dos combustíveis fósseis. © DS
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Após vários dias de negociações, os países que participam na COP28, a decorrer no Dubai, aprovaram hoje um acordo histórico para a transição dos combustíveis fósseis.

João Camargo, investigador em alterações climáticas, que assiste à COP28 à distância, sublinha que este acordo é mais um passo para o “colapso da sociedade”.

“O texto não vincula nada nem nenhum país. O cadáver do acordo de Paris, que está morto há anos, foi apenas levantado e maquilhado para tirar uma fotografia”, denuncia.

O investigador em alterações climáticas afirma que “apesar do estado de decomposição estar cada vez mais claro, as COPS têm-se tornado centros comerciais das inúmeras fraudes apresentadas como soluções para a crise climática”.

O texto aprovado não faz referência a uma “saída” do petróleo, do gás e do carvão, como tinha sido exigido por mais de uma centena de nações. O especialista em alterações climáticas lembra que 2023 foi o ano com mais emissões de sempre, sublinhando que a decisão de triplicar as energias renováveis, como está no texto, “não serve para nada se não se cortarem 70% das emissões até 2030”.

João Camargo afirma que não acabar com os combustíveis fósseis “vai mandar-nos para a Idade da Pedra”, reiterando que a sociedade civil “não pode alegar desconhecimento ou ingenuidade, está só a legitimar uma organização que coordena o colapso da humanidade. É preciso acabar com isso”.

O investigador em alterações climáticas avisa que “continuar a participar neste processo é ser cúmplice com a aliança genocida do colapso” e avisa que “a sociedade não pode ficar 0 espera que os processos institucionais funcionem quando há 30 anos de falhanço”.

João Camargo defende que a sociedade “deve criar os próprios processos, como o Tratado de Não Proliferação Fóssil ou o Earth Social Conference, que aconteceu por estes dias, na Colômbia, e perceber que as elites aceitaram deliberadamente colapsar a sociedade”.

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